“Se nós não alterarmos a forma como as grandes empresas trabalham, em prol da sociedade e do planeta, não vamos durar o tempo que gostaríamos de durar. Temos de mudar o paradigma”. O apelo é do diretor executivo da Maze, uma organização de investimento de impacto, que fundou há dez anos. “A Maze tem uma missão muito clara pela qual acordo todos os dias: mostrar que investir em impacto social e ambiental é uma oportunidade económica muito grande, talvez a maior dos nossos tempos”.
“Há 10 anos, falar de negócios e impacto social na mesma frase era um tabu muito maior, hoje Portugal lidera com projetos e fundos de impacto muito inovadores”, afirma António Miguel.
Nascido em 1986, cresceu em Sintra e até emigrar para Londres fez sempre muito desporto - jogou hóquei, surf e bodyboard. “Em Sintra o hóquei tinha muita força, treinava quatro vezes por semana, fazia viagens por todo o país, grande parte da minha infância foi de patins, com o stick, e grandes amizades, que perduram até hoje”.
“Eu não era grande jogador, não tinha talento, e isso foi muito importante para construir o meu carácter. Quando queres muito uma coisa mas não consegues, não desistas dela. A minha capacidade de resiliência vem do hóquei, marcou-me muito”.
Com a licenciatura e o mestrado em gestão, decidiu seguir pela área da inovação social depois de ter passado pelo México e pela Noruega ainda enquanto estudante. “Quando cheguei à Noruega conheci uma professora que me falou muito de microcrédito e acabei por ir para o Quénia, isso marcou o final do meu mestrado”.
Trabalhou em Londres durante alguns anos, mas regressou a Portugal para criar os filhos com uma rede de apoio familiar. Aos 38 anos, olha para si próprio como "ingénuo", mas de forma positiva: “Considero-me uma pessoa positivamente ingénua, nunca tive um plano de negócios e hoje em dia faço a gestão de um fundo de capital de risco, estou sempre a tentar fazer coisas acima das minhas capacidades e a ingenuidade vem daí, de não achar que é impossível fazer alguma coisa”.
Oiça aqui a conversa com Francisco Pedro Balsemão.
Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.