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Burlões dos "euros negros" detidos nas Caldas da Rainha

Suspeitos foram detidos no âmbito de uma investigação da Divisão de Investigação Criminal da PSP, após uma denúncia de que estariam num hotel em Lisboa a tentar burlar um cidadão. Polícia explica em que consiste o esquema.

Burlões dos "euros negros" detidos nas Caldas da Rainha
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Dois homens foram detidos em flagrante delito nas Caldas da Rainha pelos crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, num esquema conhecido por "euros negros", informou esta sexta-feira a PSP.

Os suspeitos, de nacionalidade estrangeira, foram detidos na segunda-feira, no âmbito de uma investigação da Divisão de Investigação Criminal da PSP, após uma denúncia de que estariam num hotel em Lisboa a tentar burlar um cidadão.

Contactada pela agência Lusa, a PSP esclareceu que "foi marcado um segundo encontro nas Caldas da Rainha", no distrito de Leiria, pista que os agentes seguiram e que permitiu a detenção dos suspeitos "em flagrante delito".

Em comunicado, a polícia explicou tratar-se de um esquema que passa, habitualmente, "por fazer abordagens exploratórias em vários locais até à concretização dos negócios, que se prendem com aberturas de sociedades".

Os burlões "convidam as vítimas a serem sócios e gestores das supostas sociedades em território nacional, demonstrando para o efeito que têm vários milhões de euros para investir, sendo que esses milhões serão montantes desviados de governos ou de associações de ajuda humanitária de países em conflito", refere o comunicado.

A investigação permitiu apurar que, "montado o enredo e convencida a vítima", a segunda parte do plano envolve "fazer uma demonstração com um líquido milagroso que limpa as notas marcadas, seja com carimbos de determinado país ou associação humanitária, permitindo desta forma a introdução no circuito financeiro legal, através das empresas supostamente criadas e das quais a vitima será supostamente o gestor".

Após a realização da transação os suspeitos "saem de cena" e a vítima fica sem o dinheiro investido e com "uma mala cheia de papéis e garrafas com o suposto liquido milagroso que apenas contém água e corante".

A PSP apreendeu aos dois suspeitos uma viatura, oito telemóveis, 250 euros em notas, dois relógios, um cofre, 24 molhos de papéis semelhantes a maços de notas, três garrafas de "líquido milagroso", dois documentos identificativos falsificados e artigos usados para praticar as burlas.

Os detidos, sem morada fixa em Portugal, foram presentes no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação, tendo ficado com termo de identidade e residência.

O termo de identidade e residência consiste na identificação da pessoa e indicação da sua residência, bem como na obrigação de comparecer perante as autoridades sempre que houver uma notificação.

O suspeito não pode mudar de residência ou ausentar-se por mais de cinco dias sem comunicar o lugar onde pode ser encontrado.

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