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Guerra Israel-Hamas: 1,5 milhões de civis encurralados em Rafah

Os feridos chegam às centenas e amontoam-se no que resta dos hospitais, que ao longo das últimas semanas foram atacados.

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As tropas israelitas deram início à operação militar em Rafah, no sul da faixa de Gaza. A operação começou horas depois do Hamas ter aceitado a proposta de cessar-fogo e de Israel ter dito que estava a analisar.

Imagens captadas pelo telemóvel de um soldado israelita, mostram o momento simbólico em que Israel cumpre a promessa.

No prometido ataque a Rafah, a fronteira com o Egito foi imediatamente fechada. As bandeiras já foram içadas, a passagem está agora controlada pelo exército de Telavive.

A vista sobre Rafah, dá conta da dimensão dos ataques noturnos.

"Muitos tiros, muitos bombardeamentos ​​(com) aviões, rockets, carros armados e metralhadoras. Nunca na minha vida eu vi nada assim e tenho quase 69 anos", disse um sobrevivente, Jomaa Abdel.

Os feridos chegam às centenas e amontoam-se no que resta dos hospitais, que ao longo das últimas semanas foram sendo atacados. Israel sempre alegou que sem esta intervenção, não estaria completo o plano de aniquilar o Hamas.

"Não pertencemos ao Hamas, não somos da Fatah e nunca trabalhámos com nenhum grupo. Não sei o que dizer. Devia estar a dormir. Acordei e a casa tinha desaparecido e a mulher e os irmãos todos mortos. O que posso dizer?", disse outro sobrevivente, Mohamed Abu Omrah.

Os mortos nos primeiros ataques já ultrapassam as duas dezenas, sendo que o número é atualizado, praticamente hora a hora.

A União Europeia foi a primeira a condenar Israel.

"Receio que isto vá causar novamente muitas baixas, baixas civis, digam o que disserem. Há 600 mil crianças em Gaza. Vão ser empurradas para as chamadas zonas seguras", disse Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia.

A operação militar em Rafah, ignora todos os apelos da comunidade internacional, que sempre tentou dissuadir Israel.

"O governo dos EUA disse que Rafah é uma linha vermelha. O governo de Israel apagou todas as linhas vermelhas, não apenas dos Estados Unidos, mas também do Tribunal Internacional de Justiça, da ONU, de muitos outros governos e organizações em todo o mundo", esclareceu Omar Shakir membro da ONG Human Rights Watch.

Mas a verdade é que Israel avançou horas depois do Hamas ter aceitado a proposta de cessar-fogo: um acordo faseado de tréguas, em troca da libertação dos reféns. Um processo de negociação que envolvia os Estados Unidos.

"O Hamas respondeu ao acordo sobre os reféns. Estamos atualmente a analisar essa resposta e a discuti-la com os nossos parceiros na região. O diretor da (CIA) (William) Burns, como sabem, está a trabalhar no terreno, em tempo real", disse John Kirby do Conselho de Segurança dos EUA.

No entanto, no terreno não há tréguas à vista.

A guerra começou há precisamente 7 meses e já fez mais de 34 mil mortos, a maioria mulheres e crianças.

Os peritos das nações unidas confirmam que encontraram em Gaza, valas com cadáveres, de civis palestinianos que foram sepultados vivos.

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