País

Moradores do Porto queixam-se de insegurança e pedem mais policiamento

A SIC esteve em dois locais da cidade do Porto onde imigrantes foram vítimas de ataques violentos. Os relatos de quem lá vive descrevem um aumento da insegurança nos últimos meses.

Loading...

Passava pouco das 0h30 de sábado quando lhes entraram porta adentro. “Rebentaram com a porta, entraram e mandaram-no jogar-se pela janela”, conta Lilia Marques, tia de Juan Manuel, um dos imigrantes agredidos. Perante a recusa do jovem, os agressores começaram “a bater-lhe com um tubo”.

Um grupo de 15 homens encapuzados destruiu a casa e agrediu alguns dos migrantes que ali residem. A Polícia Judiciária está a investigar o caso e vai fazer perícias esta segunda-feira.

Para quem mora nesta zona no Porto, o medo e a insegurança há muito tomaram conta das ruas. Os residentes garantem que os assaltos aumentaram, com a chegada de população migrante.

“Nem saio à noite. Entro em casa por volta das 17h00 e não saio mais. Tenho medo”, afirma uma vizinha.

“Nós estamos há mais de seis meses neste medo, neste terror de sermos assaltados, em pleno dia, com facas, com martelos. E dizem que nós somos racistas?”, diz outro vizinho, que prefere não ser identificado.

“Nós não somos racistas. Nós aceitamos toda a gente, mas que não nos venha amedrontar. Que não nos façam a nós, portugueses, estúpidos”, atira outro.

Moradores e comerciantes pedem mais policiamento. O mesmo pedido faz o presidente da Junta de Freguesia do Bonfim, que nega, no entanto, que haja um “clima de terror”.

“A insegurança existe, efetivamente, em alguns locais. Mas isso existe no Porto, no país, no mundo”, alega João Aguiar. “A única coisa que temos de garantir é que haja mais policiamento.”

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do