Vai ser instalado um hospital de campanha em Ponta Delgada para substituir o hospital que ardeu. Esta manhã, vários utentes, incluindo doentes oncológicos, continuavam sem consultas nem tratamentos.
O Hospital do Divino Espírito Santo está de portas abertas, mas sem funcionar. Mário Almeida é doente oncológico e não tem alternativa.
“Ia fazer a sessão de tratamento”, conta o doente, que se vê sem outro remédio senão "aguardar por alguma informação” sobre quando poderá retomá-la.
“No meu caso, oncológico, dependemos muito de tratamentos e é uma situação que tem de se resolver o mais depressa possível”, afirma.
Sem consultas, tratamentos ou qualquer atividade assistencial, são muitos os que vão e voltam sem respostas.
“Não temos consulta. Ninguém avisou – avisaram na televisão, mas a gente não percebeu. Agora é esperar, mas ela é uma mulher doente que não pode esperar. Cai, desmaia, tem tido enfartes”, aponta Helena Cabral, filha de uma utente idosa. “Este hospital vai-nos fazer muita falta.”
Os doentes que necessitam de hemodiálise estão a ser encaminhados para as ilhas do Faial e Terceira e também para o arquipélago da Madeira. Os 240 doentes que tiveram de ser transferidos estão no hospital privado da Lagoa, mas também em outras duas ilhas dos Açores e no arquipélago vizinho.
Na visita à zona afetada pelo incêndio, o presidente do Governo dos Açores, acompanhado pela ministra da Saúde, garantiu que está a ser feito tudo para retomar a atividade hospitalar e mesmo para implementar um hospital de campanha, ao qual o Ministério da Defesa já deu luz verde.
Até lá, os utentes são aconselhados a ligar para o 112 ou para a linha de Saúde Açores. Abertas 24 horas estão as unidades básicas de urgência da Ribeira Grande, Vila Franca do Campo, Povoação e Nordeste.