Geração 80

Joana Marques: “No 'Isto é Gozar é com Quem Trabalha' só somos competitivos a ver futebol, no resto há trabalho e perfeccionismo juntos”

Em criança levava-se muito a sério, mas cedo aprendeu que quanto mais se enervava mais o irmão gozava com ela. Sempre quis ser guionista e foi nas Produções Fictícias que deu os primeiros passos. Do Canal Q saltou para a rádio e hoje é autora de um programa de sucesso, que para alguns é "Extremamente Desagradável". Francisco Pedro Balsemão recebe Joana Marques no Geração 80. Ouça aqui

Matilde Fieschi

Nasceu em Janeiro de 1986, em Lisboa. A infância foi passada entre a casa dos avós, no Restelo, e a casa onde vivia com os pais e o irmão, em Linda-a-Velha.

Estudou sempre na zona do Restelo. Os avós viviam na hoje conhecida avenida das embaixadas, cada um do seu lado da estrada - foi lá que os pais se conheceram.

Matilde Fieschi

Em criança fazia teatros com o irmão. “Ele é que mandava, fazia o guião e eu era sempre a personagem secundária, claro”, recorda. Têm 6 anos de diferença e gostos muito diferentes: “Ele é o lado sério da família”. “Enquanto eu ouvia Spice Girls ele fechava-se no quarto, naquela fase complicada da adolescência, a ouvir Nick Cave”, recorda.

Em casa tinha demasiadas regras, mas na casa dos avós “não havia lei”. “Abri a despensa e podia comer o que quisesse. Era aquele exagero que os avós permitem e hoje nós, pais, censuramos”. Não havia dia que não fizesse birras sempre que os pais a iam buscar para ir para casa. “Era chato voltar ao mundo das regras”, desabafa.

Matilde Fieschi

Adolescente um pouco rebelde, mas talvez por culpa da tamanha disciplina que tinha em casa. “Ficava meses de castigo” e não esquece um deles: “Para aprender (e bem) fiquei um mês a ver todos os clássicos do cinema”.

É licenciada em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, mas a faculdade esteve sempre em segundo plano. Nunca quis ser jornalista e no primeiro ano de licenciatura percebeu logo que não gostava do curso. Já sem esperanças que abrisse a tal cadeira de Televisão e Cinema tirou, em paralelo, um curso de guionismo. “Eu sabia que queria ser guionista”.

Começou a trabalhar nas Produções Fictícias, saltou para o Canal Q e mais tarde para a rádio, onde fez as manhãs da Antena 3. Hoje faz o programa mais ouvido em Portugal - o Extremamente Desagradável. “É a rubrica herdeira ‘Altos e Baixos’. O título vem da Inês Lopes Gonçalves. Nunca fui boa nisso”, confessa.

Matilde Fieschi

Não considera que o que faz todos os dias seja um “ato de coragem”. Acredita que o ódio das pessoas não vai passar para a “vida real” e até desvaloriza os alertas do pai: “Ele às vezes telefona-me a pedir-me para não falar mais desde ou daquele”, conta.

Tem dois filhos. Também eles muito diferentes. O mais velho adora moda e quer ser estilista, o mais novo adora carros e é do Sporting, mesmo com um pai do Benfica e a mãe do FC Porto. Trouxe para este podcast o primeiro livro que leu em criança, ‘Uma Aventura’, e recorda a diferença entre gerações: “Quando estava aborrecida lia, hoje os miúdos têm muitos estímulos”.

Joana Marques é a convidada do Geração 80, um podcast conduzido por Francisco Pedro Balsemão.

Matilde Fieschi

Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.

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