Geração 80

Diana Chaves: "A minha mãe morreu muito cedo e o meu pai nunca parecia cansado, somos três irmãs e ele trabalhava dia e noite"

Cresceu em Miraflores, Lisboa, bem perto das piscinas do Dafundo, onde nadou até aos 23 anos. Da natação saltou para a televisão e hoje apresenta o programa Casa Feliz. A infância ficou marcada pela morte da mãe, quando tinha 11 anos. “Tive um blackout gigante. O sofrimento foi tão grande que o cérebro fez o seu trabalho”. A atriz e apresentadora, Diana Chaves, é a convidada do Geração 80 desta semana. Ouça aqui a conversa com Francisco Pedro Balsemão

Nasceu em julho de 1981, em Lisboa. A natação era coisa de família, a mãe foi nadadora e a irmã mais velha, Petra, foi atleta olímpica. Não chegou longe na modalidade, mas em 2005 entrou como peixe na água na televisão e hoje apresenta o programa Casa Feliz, ao lado de João Baião.

Cresceu em Miraflores, Lisboa, perto das piscinas do Sport Algés Dafundo, onde nadou. “Às 6h30 já estava dentro de água. Acordava de madrugada para ir treinar e depois ia para a escola”, recorda.

Sempre teve uma vida muito regrada e controlada por causa do desporto, mas recorda-se que havia “um dia da semana” em que podia deitar-se mais tarde para assistir à série Twin Peaks.

Perdeu a mãe com 11 anos e o pai passou a ser o único homem entre as três filhas. “O meu pai trabalhava à noite e chegava a casa, de manhã, com pão fresco para comermos antes do treino”, recorda.

Nunca lhe faltou nada, mas “não soube o que era crescer com uma mãe”. O trauma traduziu-se num “blackout gigante” em que não se lembra de alguns momentos da infância. Para este podcast, trouxe como objeto dos anos 80 uma pulseira que era da mãe - “ando com ela todos os dias. Faz parte de mim e da minha infância”. Hoje já fez as pazes com a fé, mas confessa que durante muitos anos esteve “zangada”. “Pediram-me para rezar, eu rezei e não mudou nada”, conta sobre a fase em que a mãe estava doente.


Tem uma filha, Pilar, e olha para o futuro dos jovens com algum “medo”. Por vezes prefere nem ler as notícias para não perder o otimismo. “Quero romantizar o futuro da minha filha, mas ela estuda num colégio internacional. Teoricamente posso ser romântica e otimista, mas na prática vou me precavendo”. Diana Chaves olha para Portugal e considera que “temos muita sorte com o país que temos”, mas quando olha para a política considera que “há muita coisa mal feita já há muito tempo e é uma grande bola de neve. É muito difícil mudar o rumo das coisas”.

Diana Chaves é a convidada do novo episódio do Geração 80. Nesta conversa conduzida por Francisco Pedro Balsemão, a atriz e apresentadora, recorda a infância, a morte da mãe - e como isso a uniu às irmãs - e reflete sobre o futuro da filha e como o aumento do número de jovens a emigrar a preocupa.

Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.

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