Nascida e criada na Maia, na oficina de metalomecânica dos avós, Juliana Oliveira desafia todas as ideias pré-concebidas sobre o lugar de uma mulher nos negócios. Diz que muito de si é “óleo, limalhas e cheiro a ferro”. Um legado que herdou dos avós e que quer honrar ao longo do caminho, provando que “o lugar de uma mulher é onde ela quiser estar”.
Licenciada em Economia e mestre em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica, Juliana Oliveira chegou a seguir uma carreira na área da consultoria, ao serviço da KPMG. Mas 2013 trocou um percurso em ascensão pela missão de salvar o legado do avô e evitar a falência da empresa da família. Falhou nessa missão, mas percebeu que o grande passo estava dado e o futuro era por sua conta e risco.
Em 2016, em conjunto com o sócio e ex-colega da KPMG, Luís Tavares, fundou a Olimec, numa área improvável para dois jovens economistas: venda, reparação e manutenção de equipamentos pesados e manutenção industrial na área do ambiente e resíduos.
O caminho foi longo, mas Juliana desdramatiza: “foi um risco controlado. Eu vejo pessoas com família e filhos mudarem de vida aos 60 anos. Eu ter mudado aos 25, sem filhos, com casa e teto, é um risco qb”.
Ao longo dos últimos anos aprendeu o que nunca imaginou do sector em que opera. A maior vitória no percurso, Juliana resume-a de forma simples: foi um dia “ter chegado ao maior cliente privado que é possível ter neste sector, estar uma hora a falar com um engenheiro e no final ele dizer-me que eu era a primeira serralheira que lhe aparecia e que sabia o que dizia”.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios aqui.