Nasceu em agosto de 1981, em Amarante. Sempre foi um privilegiado, em criança viajava muito com os pais. “Eles aproveitaram a abertura dos anos 80”, conta. Em miúdo passava horas a jogar “Championship Manager” rodeado dos amigos da terra.
Cresceu com o espírito do empreendedorismo bem presente. Saiu da pequena cidade de Amarante aos 18 anos e foi estudar Engenharia Electrotécnica na Universidade do Porto, mas sempre quis viver numa “cidade grande”. Depois de terminar o curso viveu 6 meses em Nova Iorque, na casa do tio José. Servia à mesa no restaurante da família, o Le Marais.
Durante a temporada que passou nos Estados Unidos fez vida de nova-iorquino. Todos os sábados comia um hambúrguer - os famosos Sliders. Foi do outro lado do Atlântico que trouxe para Portugal a ideia dos mini hambúrgueres. Concretizou o negócio em 2013, mas “não correu bem”. Seis anos depois de abrir o primeiro restaurante a Ny Sliders encerrou os 5 restaurantes.
“Perdemos o controlo”, confessa. A desilusão foi grande e não foi só pessoal. “Desiludi amigos que investiram em mim”. Hoje quando recorda esses tempos percebe que conseguiu errar e recomeçar porque tinha estrutura familiar. “Há quem não tenha espaço para falhar”, sublinha.
Dos erros que leva na vida, tenta educar os filhos para que aceitem as falhas. É pai de dois e procura dar-lhes a mesma autonomia que tinha quando era criança e ia a pé para a escola. “Os tempos são outros”, a pressão das redes sociais não ajuda e até ele sente dificuldade em desligar-se das tecnologias.
Alexandre Meireles é o novo convidado do Geração 80. É líder dos jovens empresários portugueses, trocou os mini hambúrgueres pelo poke e hoje dirige as clínicas criadas pela mãe, dedicadas à saúde mental.
Nesta conversa com Francisco Pedro Balsemão, o empresário fala sobre a infância, sobre negócios e os percalços que teve até chegar aqui. Reflete sobre as novas gerações e sobre os problemas do país: “Falta transição geracional e já disse isto ao futuro primeiro-ministro, seja ele qual for”. Ouça aqui a entrevista.
Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.