A prestação da casa pode ter um ligeiro alívio no próximo mês. Para empréstimos com taxa de juro a 12 meses, pode mesmo ser a primeira redução em mais de dois anos. Descidas maiores só a partir de junho e se o Banco Central Europeu avançar cortar os juros.
Com a subida do custo de vida, há cada vez menos pessoas a pedir empréstimos para comprar casa.
Em março, segundo o Banco de Portugal, houve uma diminuição do número de novos créditos à habitação. Caiu 0,6% face ao mesmo mês do ano passado.
"Houve menos 20% de transações de imóveis em 2023 mas o preço subiu cerca de 8%, ou seja, estamos a transacionar menos imóveis mas mais caros. Isto para as famílias que estão com dificuldades, com 24 meses em subidas constantes, é complicado para as famílias, até por receios do contexto internacional, avançar para a decisão de adquirir imóvel", explica Nuno Rico, da DECO.
Quem já o fez e recorreu a um empréstimo suportou, desde o início da guerra na Ucrânia, subidas consecutivas dos juros. E há quem esteja hoje a pagar mais 80% ao banco do que pagava há dois anos. Mas a partir de agora poderá haver finalmente boas notícias.
"O mês de maio vai trazer boas notícias para quem tem crédito à habitação com taxa variável porque pela primeira em todas as maturidades, quer seja a 3, 6 ou 12 meses, vamos ter uma descida das prestações", acrescenta o mesmo responsável da DECO.
A descida será pouco significativa para quem tem Euribor a 3 meses. Será de cerca de 3 euros. Quem tem taxa a 12 meses e terá o contrato revisto em maio, pela primeira vez em dois anos, sentirá uma redução na prestação: 5 euros.
A descida mais expressiva será na Euribor a 6 meses. Neste caso, o corte poderá ser de 25 euros.
"Será um pouco mais significativa a 6 meses porque vamos estar a comparar com o valor de novembro de 2023, quando se atingiu o pico da evolução da Euribor a 6 meses", diz Nuno Rico.
A partir de aqui tudo indica o valor deve continuar a diminuir em todos os prazos.
Há ainda a expectativa de que, em junho, o Banco Central Europeu reduza as taxas de juro pela primeira vez. Mas mesmo que isso aconteça, as descidas vão ser graduais e pouco expressivas.
"Na DECO estamos a trabalhar com a perspetiva da Euribor a 6 meses estar a rondar aproximadamente os 3% no final do ano".
Atualmente, a Euribor a 6 meses está nos 3,8%, mais ou menos o mesmo valor que a taxa a 3 meses. A 12 está nos 3,7.