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Alemanha: líder da oposição a favor do regresso do serviço militar obrigatório

Reunidos num congresso em Berlim, os conservadores adotaram a fórmula do chamado serviço militar por quotas, segundo a qual apenas uma parte dos recrutados é chamada a servir nas Forças Armadas, em função das necessidades definidas pela estrutura militar.

Alemanha: líder da oposição a favor do regresso do serviço militar obrigatório

Os conservadores alemães votaram esta terça-feira a favor do regresso ao serviço militar obrigatório, numa altura em que o país procura reforçar o seu exército, tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia.

A aliança CDU-CSU, o principal partido da oposição alemã, que lidera as sondagens, votou a favor de uma moção apresentada pelo seu movimento de jovens, apelando ao regresso do serviço militar obrigatório enquanto as forças armadas dele necessitarem.

Reunidos num congresso em Berlim, os conservadores adotaram a fórmula do chamado serviço militar por quotas, segundo a qual apenas uma parte dos recrutados é chamada a servir nas Forças Armadas, em função das necessidades definidas pela estrutura militar.

Trata-se de uma solução transitória para as dificuldades de recrutamento do exército. O objetivo final é que os jovens cumpram um ano de serviço comunitário obrigatório, quer no exército quer na sociedade civil.

"Não podemos continuar a deixar a defesa da nossa democracia ao princípio da esperança", explicou Johannes Winkel, presidente do Movimento da Juventude Conservadora, comentando esta resolução, que vai mais longe do que a proposta inicial do partido.

A Alemanha aboliu o serviço militar obrigatório em 2011, mas o conflito na Ucrânia reavivou o debate sobre o regresso ao serviço militar obrigatório, numa altura em que a Alemanha quer fazer da 'Bundeswehr' (Forças Armadas alemãs) "a espinha dorsal da defesa coletiva na Europa".

No entanto, para além de anos de subinvestimento em equipamento, esta mudança de doutrina é dificultada pela dificuldade em atrair futuros soldados.

Apesar de uma campanha de recrutamento, a 'Bundeswehr' só acolheu 18.802 novos membros em 2023, apenas mais 27 do que no ano anterior.

O ministro da Defesa, o social-democrata Boris Pistorius, encomendou recentemente estudos sobre a possibilidade de reintroduzir o serviço militar obrigatório.

Durante o seu congresso de três dias em Berlim, a CDU-CSU adotou um novo programa, mais à direita nas questões de imigração e segurança e mais liberal nas questões económicas.

O partido da antiga chanceler Angela Merkel, agora liderado por Friedrich Merz, espera regressar ao poder nas eleições gerais do outono de 2025.

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