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Ministra lança duras críticas a provedora da Santa Casa: "Perdi totalmente a confiança"

Numa entrevista à RTP, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social explicou a exoneração da provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho.
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Maria do Rosário Ramalho, atual ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, não poupou críticas à provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Esta terça-feira, em entrevista à RTP, alegou que Ana Jorge não tinha capacidade para resolver os problemas da instituição e reiterou que foi uma demissão por questões de gestão.

A ministra, responsável pela exoneração de Ana Jorge, revelou que a provedora tinha colocado o lugar à disposição no início do mandato do novo Governo, decisão que Maria do Rosário Ramalho elogiou. No entanto, segundo a ministra, perante a "total falta de resposta" a pedidos de informação à Santa Casa da Misericórdia, o Governo decidiu exonerar Ana Jorge.

De acordo com a governante, desde a tomada de posse, Ana Jorge "não fez nada" para tentar inverter a situação financeira, acusando a provedora exonerada de "total inação" face à situação de crise financeira que herdou da anterior administração.

A ministra afirmou que "não nos passava pela cabeça [do Governo] , que não tivesse um plano de reestruturação financeira" ou que "tivesse aumentado despesas com pessoal", referindo que apenas foram cortadas despesas com 19 dirigentes, que perderam esses cargos e os suplementos a eles associados, mas se mantiveram na instituição, tendo, por outro lado, sublinhando a decisão da mesa em aumentar os seus próprios salários.

"Os da mesa até foram aumentados. Estranhámos. (...) beneficiaram-se a si próprios, não, de todo, as pessoas que estão na operação", criticou a ministra, que referiu que a maioria dos trabalhadores na SCML ganha o salário mínimo.

À RTP, Maria do Rosário Ramalho garantiu que a saída da provedora se tratou de questão de gestão e não de um "saneamento político", como tem sido alegado pela oposição. Disse ainda que não foi escolhido o sucessor de Ana Jorge e rejeitou ainda que esteja prevista qualquer ação criminal contra a ação da provedora.

Foi na semana passada, precisamente a dois dias de Ana Jorge completar um ano no cargo, que o Governo deu conta da exoneração da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Em comunicado, o Ministério de Rosário Palma Ramalho justificava a decisão "inevitável" com "graves problemas financeiros e operacionais", e com uma "rutura de tesouraria".

Saliente-se que, por não terem concluído um ano em funções, a provedora e os membros da Mesa da Santa não têm direito a qualquer indemnização.



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