Desporto

Entrevista SIC

A entrevista exclusiva a André Villas-Boas

A pouco menos de uma semana para as eleições do FC Porto, André Villas-Boas esteve em entrevista na SIC e SIC Notícias, onde abordou o que espera do que resta da temporada dos “dragões”, do ato eleitoral de dia 27 e ainda sobre a “rivalidade” com Pinto da Costa.

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André Villas-Boas prepara-se para ir pela primeira vez a eleições no FC Porto. Depois da “cadeira de sonho” em 2010/11, o antigo treinador dos dragões quer desempenhar outra função no seu clube do "coração".

Depois de vários anos como pupilo de José Mourinho, Villas-Boas “emancipou-se” e tornou-se treinador principal da equipa ‘azul e branca’ em 2010. Ficou apenas um ano na Invicta, mudando-se malas e bagagens para Londres, onde assumiu o comando técnico do Chelsea, numa transferência recorde de 15 milhões de euros.

O agora candidato à liderança portista refere que teve uma proposta para sair e que esta foi paga a peso e ouro, e que esse assunto já é uma “ferida sarada” entre os adeptos portistas.

“Tive uma proposta para sair e foi paga a peso de ouro por uma cláusula de rescisão que só há pouco foi batida em termos de treinadores. Falei com o FC Porto sobre isso, Antero Henrique estava bem ciente do que se estava a passar, discutimos a hipótese de continuar. Essa ferida aberta já foi sarada há muito tempo e os sócios que querem mudança já me recebem de braços abertos”, apontou.

“Tinha a ambição de ser presidente do clube do meu coração”

André Villas-Boas confidencia que sempre quis ter uma carreira curta como treinador de futebol e que a ambição de ser presidente do seu clube de coração já vinha de há algum tempo.

Tinha esta ambição desde algum tempo de ser presidente do clube do meu coração. Tenho mais de 40 anos de sócio e sempre foi para mim como um destino de vida e uma missão. Sempre disse que queria uma carreira curta no futebol", contou.

“É preciso levar o FC Porto para a modernidade”

Numa análise já a pensar como presidente, o antigo técnico portista diz que o clube encontra-se numa fase de mudança, sendo necessário levá-lo para a modernidade.

"Fomos perdendo vantagem competitiva, o FC Porto encontra-se num momento de mudança. É preciso leva-lo para a modernidade", considerou.

Apesar de ter muito carinho e respeito por Pinto da Costa, Villas-Boas explica o momento em que se afastou do histórico dirigente 'azul e branco'.

"Afastamo-nos desde que vim jogar ao Dragão com o Marselha. Ele sempre soube da minha intenção. Ele sempre soube do meu desejo e intenção, também nunca escondi. Esteve sempre presente na mente dos outros. Tive várias conversas com pessoas do seu círculo, então não era novidade para ele", reiterou.

Limitação de mandatos?

Jorge Nuno Pinto da Costa está a frente dos destinos do FC Porto desde 1982, e apresenta-se a eleições pela 16.ª vez. Villas-Boas acredita que possa haver uma mudança nos estatutos do clube que possam determinar a limitação de mandatos.

"Pode ser lançado pelos sócios ou pelo Conselho Superior, em linha com a mudança estatutária de 13 de novembro, o único problema foi a altura em que foi proposta e o retirar de direitos de pessoas que tinham capacidade de voto. Os sócios revoltaram-se e apresentaram-se de forma massiva. Acredito que haja uma revisão de estatutos e deve ser lançada imediatamente", defendeu.

Sérgio Conceição fica ou sai?

No comando técnico dos portistas desde 2017, Sérgio Conceição está em final de contrato com o FC Porto. Confrontado sobre a continuidade de Conceição, Villas-Boas diz que os dois irão trocar ideias, caso sejam distintas, partirá para a contratação de um novo treinador.

“Tenho uma visão muito clara do que quero na direção desportiva. todos os treinadores podem sentir-se mais ou menos confortáveis com este delinear de diferentes cargos, convém perceber as motivações do treinador. Ele manteve-se afastado do ato eleitoral. Sento-me com ele e explico o programa. É uma coisa para decidir a dois e não apenas uma intenção. Se disser que não, terei de ir ao mercado contratar um treinador. Se já está identificado? Todos os sócios sabem perfeitamente qual é o treinador com ADN FC Porto. Sei perfeitamente o que quero relativamente a essa função. É a margem normal do mercado”, justificou.

O que fazer aos contratos assinados?

Villas-Boas afirma que quando tomar posse, a nova direção irá olhar para todos os contratos assinado e escolher o melhor para o clube. Sobre o acordo recentemente feito com uma empresa espanhola para a exploração dos direitos comerciais do Estádio do Dragão, refere que irá analisar as cláusulas para poder renegociar os termos.

"Tomando posse vamos olhar para os contratos assinados. Não posso é permitir que o FC Porto se atrase novamente numa obra e isso tem vindo a acontecer desde 2016. Estou disponível para analisar contratos e escolher o melhor caminho para o FC Porto", apontou.

“Rescindir com a Ithaka e e pagar 65 milhões? Desconhecemos o contrato e se há mais cláusulas. Se não há, é um bom sinal para o FC Porto, permite renegociar”, acrescentou.

André Villas-Boas terminou a entrevista a apelar aos sócios do FC Porto para "votarem em liberdade e naquilo que acreditam”, referindo que se vive um “período histórico” no clube.


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