André Villas-Boas prepara-se para ir pela primeira vez a eleições no FC Porto. Depois da “cadeira de sonho” em 2010/11, o antigo treinador dos dragões quer desempenhar outra função no seu clube do "coração".
Depois de vários anos como pupilo de José Mourinho, Villas-Boas “emancipou-se” e tornou-se treinador principal da equipa ‘azul e branca’ em 2010. Ficou apenas um ano na Invicta, mudando-se malas e bagagens para Londres, onde assumiu o comando técnico do Chelsea, numa transferência recorde de 15 milhões de euros.
O agora candidato à liderança portista refere que teve uma proposta para sair e que esta foi paga a peso e ouro, e que esse assunto já é uma “ferida sarada” entre os adeptos portistas.
“Tive uma proposta para sair e foi paga a peso de ouro por uma cláusula de rescisão que só há pouco foi batida em termos de treinadores. Falei com o FC Porto sobre isso, Antero Henrique estava bem ciente do que se estava a passar, discutimos a hipótese de continuar. Essa ferida aberta já foi sarada há muito tempo e os sócios que querem mudança já me recebem de braços abertos”, apontou.
“Tinha a ambição de ser presidente do clube do meu coração”
André Villas-Boas confidencia que sempre quis ter uma carreira curta como treinador de futebol e que a ambição de ser presidente do seu clube de coração já vinha de há algum tempo.
Tinha esta ambição desde algum tempo de ser presidente do clube do meu coração. Tenho mais de 40 anos de sócio e sempre foi para mim como um destino de vida e uma missão. Sempre disse que queria uma carreira curta no futebol", contou.
“É preciso levar o FC Porto para a modernidade”
Numa análise já a pensar como presidente, o antigo técnico portista diz que o clube encontra-se numa fase de mudança, sendo necessário levá-lo para a modernidade.
"Fomos perdendo vantagem competitiva, o FC Porto encontra-se num momento de mudança. É preciso leva-lo para a modernidade", considerou.
Apesar de ter muito carinho e respeito por Pinto da Costa, Villas-Boas explica o momento em que se afastou do histórico dirigente 'azul e branco'.
"Afastamo-nos desde que vim jogar ao Dragão com o Marselha. Ele sempre soube da minha intenção. Ele sempre soube do meu desejo e intenção, também nunca escondi. Esteve sempre presente na mente dos outros. Tive várias conversas com pessoas do seu círculo, então não era novidade para ele", reiterou.
Limitação de mandatos?
O que fazer aos contratos assinados?
Villas-Boas afirma que quando tomar posse, a nova direção irá olhar para todos os contratos assinado e escolher o melhor para o clube. Sobre o acordo recentemente feito com uma empresa espanhola para a exploração dos direitos comerciais do Estádio do Dragão, refere que irá analisar as cláusulas para poder renegociar os termos.
"Tomando posse vamos olhar para os contratos assinados. Não posso é permitir que o FC Porto se atrase novamente numa obra e isso tem vindo a acontecer desde 2016. Estou disponível para analisar contratos e escolher o melhor caminho para o FC Porto", apontou.
“Rescindir com a Ithaka e e pagar 65 milhões? Desconhecemos o contrato e se há mais cláusulas. Se não há, é um bom sinal para o FC Porto, permite renegociar”, acrescentou.