O Futuro do Futuro

“Inteligência artificial é interessante para proporcionar a um vasto número de pessoas a capacidade de criar música a um custo muito baixo”

André Miranda, líder da startup Musiversal, acredita que os humanos de topo que sabem tocar ou compor música, vão continuar a ter um valor acrescentado, em paralelo com a proliferação da multidão que recorre à ajuda da Inteligência Artificial. Em entrevista ao podcast Futuro do Futuro, o jovem empresário mostra como utilizou as tecnologias para juntar músicos e compositores até chegar aos 3,4 milhões de minutos de sons. Mas a Musiversal pode ser usada por quem quer compor e nem percebe de música: “Essa é que é a disrupção que estamos a trazer para a indústria”

Na música, a Inteligência Artificial promete fazer de cada humano um potencial compositor: “O que vai acontecer é um empoderamento gigante de centenas de milhões de pessoas que vão passar a poder fazer mais música com inteligência artificial. Porque não precisam de ir à escola aprender teoria de música para fazer uma progressão de acordes ou uma melodia”, responde André Miranda, diretor executivo da startup Musiversal em entrevista ao podcast Futuro do Futuro.

Perante tamanha facilidade, a Inteligência Artificial também poderia ditar o fim do autor ou do intérprete humanos – mas André Miranda reitera que o software que compõe ou “toca” instrumentos ainda não consegue produzir os mesmos resultados de um humano de topo.

André Miranda, líder da Musiversal, recorda que a empresa que criou tem vindo a crescer a 11% ao mês
Matilde Fieschi

“Eventualmente, as ferramentas de IA vão conseguir ter um output [resultado] relativamente parecido com o que um músico faria. A única diferença será, penso eu, que vai ser difícil de controlar a inteligência artificial e ela poderá nunca dar aqueles últimos 5% que o humano daria, que são os mais importantes para fazer uma música”, sublinha o líder da Musiversal.

“Vai sempre haver aquele top de 10%, 5% ou 2% dos criadores que querem levar a sua música a um estádio mais profissional e mais profundo e esse processo vai ser sempre feito com seres humanos”, prevê o empresário.

A Musiversal tem vindo a conquistar clientes com uma plataforma que permite contratar músicos e editar temas musicais através da Internet. Na entrevista ao Futuro do Futuro, André Miranda admite poder vir a considerar o uso de ferramentas de Inteligência Artificial nos serviços que a Musiversal disponibiliza à comunidade, mas também não desperdiça a oportunidade de deixar críticas ao Regulamento de Inteligência Artificial, que já foi aprovado no Parlamento Europeu e deverá entrar em vigor durante as próximas semanas.

Foi precisamente para alertar para a importância que a captação de negócios inovadores pode ter para a economia, que André Miranda respondeu aos habituais desafios do Futuro do Futuro com o atual PIB nacional. Para o desafio relacionado com o som, André Miranda trouxe Anakin’s Theme, composto pelo conhecido John Williams para a saga Guerra das Estrelas.

Formado em violino, e com experiência na contratação de músicos para bandas sonoras para filmes de Hollywood, André Miranda não aparenta estar a dar-se mal na nova função de empresário. Hoje, a Musiversal conta com mais de 50 músicos, que podem ser escolhidos e contratados a partir de qualquer ponto do mundo. Mais de 3,4 milhões de minutos de música foram já produzidos em 60 mil sessões de gravação pelos compositores que recorrem à Musiversal.

No total são mais de 30 mil temas já finalizados e uma evolução de negócio com crescimentos médios de 11% ao mês durante o último ano.

“Há uma transição da maneira como se produz música, da forma clássica para a produção de música remota. E nós estamos a liderar essa transição”, sublinha André Miranda.

Hugo Séneca conversa com mentes brilhantes de diversas áreas sobre o admirável mundo novo que a tecnologia nos reserva. Uma janela aberta para as grandes inovações destes e dos próximos tempos.

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