Os estafetas da Uber esperam que a partir as condições de trabalho melhorem depois das buscas desta terça-feira. As empresas que contratam os estafetas estão a ser investigadas e são suspeitas de fraude fiscal.
Esta terça-feira, durante todo o dia, quase 150 pessoas entre magistrados do Ministério Público (MP), Segurança Social (SS), Autoridade Tributária (AT) e GNR fizeram buscas em 65 sítios diferentes pelo país.
Houve buscas domiciliárias, a empresas que prestam serviços à Uber, responsáveis pela contratação dos estafetas, e até à sede da Uber, que rapidamente se demarcou, garantindo que não é a visada na investigação.
Apesar disso, os estafetas também lhe atribuem responsabilidades.
O que está em causa?
O Ministério Público tem suspeitas de que essas empresas terão fugido ao pagamento de impostos e lesado o Estado em 28 milhões de euros, através de um esquema fraudulento em que era criado um circuito de faturas falsas para apropriar-se do valor do IVA.
Também há suspeitas de fraude à Segurança Social, que poderá ter sido lesada em pelo menos 7.5 milhões de euros. A investigação acredita que essas empresas não estariam a pagar as contribuições de alguns trabalhadores.
Motoristas querem reunião com ministra
Os estafetas aproveitam a situação para alertar para outros problemas que sofrem diariamente.
"Primeiro, a questão do não pagamento do seguro, da falta de um espaço físico para receber os estafetas e motoristas, temos de conversar com um chat GPT, que muitas vezes não consegue resolver o problema", explica Marcel Borges, advogado e estafeta.
Os profissionais acreditam que o momento pode trazer melhorias nas condições de trabalho. Amanhã, esperam conseguir reunir com a ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho, no Parlamento.