Durante anos, os certificados de aforro foram a escolha de muito portugueses para colocar as poupanças a render algum dinheiro, e tornaram-se particularmente rentáveis quando os juros começaram a disparar, há cerca de dois anos.
A subida das taxas também teve impacto nos depósitos, mas muito menos. Por isso, muitas famílias tiraram o dinheiro que tinham a prazo e colocaram nos certificados, o principal produto de poupança do Estado.
Até meio do ano passado, altura em que as Euribor continuavam a subir de forma significativa e havia uma corrida aos certificados de aforro, representavam já cerca de 30% da nova dívida emitida pelo Estado.
O Governo, ainda do PS, decidiu baixar a rentabilidade máxima associada aos certificados, passando de um máximo de 3.5% para 2.5% em novas subscrições, o que significa ganhos menores para quem investe.
Desde então, os depósitos voltaram a ganhar força. Com as taxas de juro a subir, vários bancos já pagavam mais do que os certificados de aforro. E em março deste ano, os depósitos deram o maior salto desde dezembro de 2022. Os bancos contabilizavam no mês passado mais de 182 mil milhões de euros das famílias.
A taxa varia de banco para banco. Em média, neste momento, é de 2,8% para novos depósitos a prazo, mas está em rota descendente.
Os bancos já começaram a antecipar a descida dos juros do Banco Central Europeu que deve acontecer em junho. E isso está a refletir-se em taxas mais baixas e numa menor rentabilidade dos depósitos, o que pode tornar os certificados de aforro novamente mais atrativos.
Em março, segundo o Banco de Portugal, havia já mais cinco mil milhões de euros em certificados do que há um ano.
Prémios de permanência são vantagem
Ainda que também estejam indexados à Eurbior, os certificados têm uma vantagem face aos depósitos: os prémios de permanência.
A partir do primeiro ano, adicionam um juro extra ao valor da taxa normal. Ou seja, quanto mais tempo tiver os certificados mais pode ganhar. Além disso, está isento de comissões, ao contrário do que acontece na maioria dos bancos.