Os certificados de aforro já existem há cerca de 60 anos, mas ainda assim há muitos portugueses que não compreendem completamente como funciona este que é um dos principais produtos de poupança do Estado. Neste Contas-Poupança vamos explicar como qualquer pessoa pode subscrever um certificados de aforro e quanto pode ganhar.
Só 10% dos portugueses têm certificados de aforro. Foram criados nos anos 60 e quem ainda os mantém desde dessa altura, rendem mais de 6% ao ano, com capital garantido. Evite desfazer-se deles. Já não encontra nada assim.
Atualmente, rendem muito menos - no máximo 2,5% de taxa base - mas continuam a ser uma ferramenta de poupança totalmente segura, sem comissões, com prémios de permanência e com capitalização dos juros.
Assim sendo, porque é que 90% dos portugueses não têm este produto? Uma das razões pode ser a óbvia falta de dinheiro, outra pode ser porque encontraram melhor em depósitos a prazo, mas outra razão pode ser puro desconhecimento ou receios infundados.
Taxa de juro
Se tem as suas poupanças a render mais de 2,5% seja qual for o produto, mantenha essas poupanças. Se está a render menos do que 2,5%, os certificados de aforro rendem mais do que esses depósitos a prazo ou à ordem.
Tudo depende de quanto tempo prevê não mexer no dinheiro. A mais de cinco anos, com capital garantido, os certificados são uma das melhores opções do mercado, se não mesmo a melhor. Mesmo que a Euribor a três meses desça abaixo dos 2,5%, o que é previsível é que mesmo assim fiquem acima dos depósitos dos bancos.
Comissões e despesas
Há outro detalhe que deve ter em atenção. Nos bancos, para ter acesso a um depósito a prazo, tem de ter associada uma conta à ordem, e isso implica por vezes comissões de manutenção de conta e outras despesas. Quando comparar os dois produtos deve ter em conta que os certificados de aforro têm zero comissões e não são uma conta bancária.
Para além disso, o valor que subscrever é totalmente garantido pelo Estado. O máximo que pode subscrever na nova série F é 50 mil euros por pessoa e esses estão totalmente seguros.
O acontece que morrer o titular?
Nas séries E e F, só pode ter um titular e não mais como antigamente. A resposta não só é simples, como tem uma vantagem fiscal em relação aos bancos.
Se não precisar do dinheiro, o ideal é transferir os certificados para o herdeiro e não resgatar. Assim, o dinheiro continua a crescer até decidir levantá-lo.
Pela rentabilidade, facilidade de subscrição a partir de 100 euros e reforços de apenas 10 euros, pode ser uma excelente opção para as poupanças dos filhos ou netos. E há estações de correios em praticamente todas as localidades do país.
O que é preciso para abrir uma conta de certificados de aforro?
O primeiro passo é ir a um balcão do CTT. Preenche um formulário com os seus dados pessoais e só tem assinar depois. A seguir, transfere o dinheiro que pretende colocar em certificados de aforro, através do multibanco ou por transferência bancária.
Depois desta visita a um balcão dos CTT, todos os reforços ou resgates podem ser feitos online na página aforronet.igcp.pt. É como se fosse uma espécie de homebanking dos certificados de aforro. Brevemente, poderá também fazê-lo na aplicação dos CTT para telemóvel.
Depois dos primeiros três meses, já pode levantar o seu dinheiro quando quiser. Demora no máximo uma semana, mas normalmente bastam dois dias úteis.
Se quiser saber quanto pode render o seu dinheiro em certificados de aforro, para comparar com o que rende o seu depósito a prazo, pode usar o simulador na página dos CTT.
Por exemplo, se a Euribor continuar sempre acima de 2,5%, 10.000 euros renderão em 15 anos 14.215,31 euros líquidos. Nos últimos anos, com os prémios de permanência, a taxa de juro será de 4,25%. Compare sempre com os depósitos a prazo dos bancos. Tudo depende do tempo que pretende ter o dinheiro a render.