Já há duas brigadas do exército israelita prontas para substituir a que combate na Faixa de Gaza há seis meses. Ao mesmo tempo que Israel se prepara para uma ofensiva, em Rafah decorre o deslocamento forçado da população. Entretanto, morreu a "bebé-martir", que nasceu no domingo pouco depois da morte da mãe num ataque israelita.
Com o aumento das temperaturas estar dentro dos abrigos improvisados torna-se insuportável. O calor é só mais uma ameaça para a já comprometida saúde dos deslocados em Gaza, onde, segundo a ONU, a fome a as doenças alastram de forma dramática.
Com os planos em marcha para uma incursão israelita, em Rafah, a população é forçada, mais uma vez a deixar tudo para trás.
Para discutir a operação militar a Rafah, além das negociações com o Hamas, Anthony Blinken deverá visitar Israel já na próxima semana, numa altura em que parece cada vez mais distante um acordo para um cessar-fogo.
Sem cessar-fogo à vista, aumentam os apelos para fazer entrar mais ajuda em Gaza, onde se espera que a partir de maio já esteja operacional o cais que os EUA estão a construir. A infraestrutura deve começar por receber o equivalente a 90 camiões por dia, mas dentro de poucas semanas a capacidade pode chegar a 150.
A recente descoberta de centenas de corpos em valas comuns fez aumentar os receios sobre a real dimensão da tragédia.
As Nações Unidas e a União Europeia também pedem explicações. Os EUA, para já, querem ouvir Israel, que já veio garantir que as acusações palestinianas não têm qualquer fundamento.
Morreu a "bebé-martir" de Gaza
As autoridades de saúde de Gaza dizem que, desde o inicio da guerra, já morreram mais de 34.300 pessoas.
Nas ultimas horas, entrou para este número a criança que nasceu em Rafah, no domingo, já depois da morte da mãe.
Chamaram-lhe "bebé-mártir" por ter nascido - de cesariana de emergência - com apenas 30 semanas de gestação e 1,4 quilogramas depois de a mãe ter morrido num ataque israelita em Gaza.
No momento do ataque, a mãe estava a dormir em casa, em Rafah, com o marido e a filha de três anos. A mulher ficou gravemente ferida, ainda foi levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Os médicos conseguiram fazer o parto de emergência e salvar a bebé.
No entanto, a pequena prematura, que nasceu num hospital de Gaza com problemas respiratórios e um sistema imunitário fraco, acabou por morrer, esta quinta-feira, com quatro dias de vida. Estava nos cuidados intensivos neonatais.
Da casa onde a família vivia praticamente nada sobrou.