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Correspondente SIC

Israel: "Hamas não se compromete a devolver 33 reféns vivos"

No Médio Oriente, vivem-se, de novo, horas dramáticas. Nas ruas de Telavive e de Jerusalém, dezenas de milhares de israelitas exigem a libertação dos 132 reféns que ainda estão em Gaza. A maioria já está morta, mas há várias dezenas de reféns vivos e o tempo não joga a seu favor.

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O Hamas surpreendeu o mundo, esta segunda-feira, ao anunciar que aceitava a proposta egípcia de cessar-fogo. Israel diz que desconhece esse documento e ocupou uma parte de Rafah. Ao mesmo tempo, a presidência do governo diz que voltará a negociar com o Hamas e Israel teme que grande parte dos 132 reféns que estão em Gaza foram assassinados.

No Médio Oriente, vivem-se, de novo, horas dramáticas. Pela primeira vez, em vários meses, o blitz diplomático dos Estados Unidos e do Egito fazem possível um acordo entre Israel e o Hamas. Em plena operação militar em Rafah, última fase da resposta israelita ao massacre de 7 de outubro, Israel aceitou voltar às negociações do Cairo, provavelmente ainda esta semana.

Nas ruas de Telavive e de Jerusalém, dezenas de milhares de israelitas exigem a libertação dos 132 reféns que ainda estão em Gaza. A maioria já está morta, mas há várias dezenas de reféns vivos e o tempo não joga a seu favor. As famílias dos reféns estão desesperadas e exigem um 'sim' israelita à proposta do Hamas.

Netanyahu diz que "proposta do Hamas está muito longe das condições de Israel"

O líder do Hamas Yahya Sinwar passou a bola para o campo israelita. Os porta-vozes de Jerusalém afirmam que o Hamas não disse 'sim' ao documento negociado com o Egito, o Qatar e os Estados Unidos. Simplesmente fez uma contraproposta. Esta coloca Netanyahu numa situação política difícil.

Se o primeiro-ministro responder negativamente à proposta do Hamas, dois dos cinco ministros do gabinete de guerra poderiam demitir-se imediatamente.

Os centristas Benny Gantz e Gadi Eizenkot, futuros rivais de Netanyahu, pretendem dirigir o movimento público a favor da libertação dos reféns. Se o primeiro-ministro decidir responder positivamente, teria que concluir a operação militar em Rafah e isso provocaria a demissão dos ministros ultranacionalistas Ben-Gvir e Smotrich.

Conforme passam as horas, o dilema de Netanyahu é cada vez mais profundo.

Na proposta egípcia, o Hamas comprometia-se a libertar 33 reféns vivos na primeira fase, a troco de 700 presos palestinianos. Agora, no documento do Hamas, está escrito que os reféns poderiam estar "vivos ou mortos".

As famílias dos reféns israelitas gritam cada vez mais alto ao lado das janelas da residência de Netanyahu em Jerusalém. Segundo dizem, a cada dia que passa, morrem mais idosos, mulheres e crianças nos túneis do Hamas.

Conflito Israel-Palestina

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