Eleições Legislativas

Entrevista SIC Notícias

"Estou pronta para fazer os entendimentos que forem necessários", promete Mortágua

Já na reta final da campanha para as eleições legislativas, Mariana Mortágua, em entrevista à SIC Notícias, mostra-se convicta que a “maioria absoluta falhou” e diz, com toda a certeza, que as “as políticas de emergência vão arrastando os problemas com a barriga” e que as mulheres são a “barreira à extrema-direita".

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Foi na Alfândega do Porto que Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, deixou “tudo a limpo” no que toca a Pedro Nuno Santos, ao futuro, a um Portugal que “não pode viver numa contínua crise da habitação”, às razões por ser várias vezes “atacada” e o que mais fragilizou o partido ao longo das últimas duas semanas de campanha pelas ruas portuguesas.

Mortágua tem atacado a maioria socialista ao longo da campanha, mas, o que é facto, é que tem evitado fazer críticas a Pedro Nuno Santos. No entanto, nesta entrevista à SIC Notícias, a líder do BE fez referência a uma maioria absoluta que “falhou” e que, consecutivamente, um Pedro Nuno que “fez parte dessa [mesma] maioria absoluta”.

“O que vemos são políticas de emergência que vão arrastando os problemas com a barriga e que agravaram crises que dificultam a vida das pessoas”.

Muitos são os problemas que Portugal enfrenta, segundo Mortágua, e por isso, o seu partido tem a certeza do que o país precisa: “uma maioria com a esquerda "e uma “maioria que consiga virar a página das políticas da maioria absoluta”.

Habitação? “É uma grande prioridade”

A coordenadora do Bloco de Esquerda explica, de uma forma muito resumida que é preciso “fazer o contrário do que muitas vezes tem sido feito para resolver a habitação, a saúde, a educação e os salários", que são as prioridade do seu partido.

“Portugal não pode viver numa contínua crise da habitação e sabemos que, no dia das eleições, os votos contam e as maiorias contam e o peso de cada partido dentro das maiorias conta e nós contamos com essa força”.

A força das mulheres e a ameaça da direita

Sinto que as mulheres são uma força neste país. São uma força importante e são neste país, como em tantos países, a barreira à extrema-direita. E nós temos de ter uma política que respeita as mulheres”, defendeu Mariana Mortágua, reforçado que “elas ganham menos que os homens e têm menos representação política”.

Sublinhou ainda a importância deste tema ser abordado ao longo da campanha, fazendo referência também à relevância ao dia 8 de março, em que é celebrado o Dia da Mulher.

Mortágua foi a primeira a falar sobre as mulheres durante a campanha e Pedro Nuno Santos seguiu o mesmo caminho. Mas não considera que o secretário-geral do Partido Socialista se tenha aproveitado. Até porque “é normal que a esquerda queira falar sobre mulheres, porque a direita fez ataques sérios”.

“A esquerda sabe que as mulheres são esta força que trava direita, porque a direita é uma ameaça às mulheres”, acrescentou a coordenadora nacional do BE.

E sobre... entendimentos?

Mariana Mortágua diz que há condições para um entendimento à esquerda, porque “têm uma solução para o país”, com propostas, medidas “sensatas” e “concretas”.

“Estou pronta para fazer os entendimentos que forem necessários e acredito na maioria com a esquerda. Acho que no domingo vamos estar a discutir habitação, saúde, educação e que essa conversa vai ser tida com os partidos a que vão formar essa maioria e que vão encontrar essas soluções para o país.

O que é que fragilizou mais o Bloco de Esquerda?

Quanto às ações do grupo Climáximo, que foram bastante criticadas pelos partidos ao longo desta campanha eleitoral, Mariana Mortágua voltou a reforçar a sua posição.

“O grupo Climáximo escolheu uma forma de reivindicação durante esta campanha, com o qual nós não concordamos e da qual nós queremos rejeitar e afastar totalmente. A campanha deve decorrer sem qualquer tipo de condicionalismo e essa foi sempre a nossa posição”, referiu.

E acrescentou:

"As pessoas, os políticos e os representantes partidários têm que ser livres para poder fazer as suas campanhas sem nenhum tipo de ataque a nenhum candidato”.

No entanto, deixou claro que não considera que essas situações tenham sido um “incidente” para o seu partido.

E por fim... os ataques que enfrenta

“Sinto que sou atacada por que represento uma esquerda muito forte, muito dura, muito convicta. Nunca tive medo de denunciar quem ganha com a especulação, quem vai acumulando no país à custa de toda a gente que trabalha. E o facto de ser mulher contribui, mas não é só por isso que me atacam. Atacam por aquilo que eu represento", rematou.

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