Além Fronteiras

"Tive de ter ajuda profissional para deixar de não querer ir a um estádio porque não conseguia"

Beto Pimparel conta como foi viver na Finlândia antes de decidir terminar a carreira e não esquece a polémica final da Liga Europa contra o Benfica. O "doloroso" adeus ao futebol e o momento em que escolheu Vítor Oliveira em vez de Jesualdo Ferreira são outras das muitas histórias partilhadas no novo episódio de "Além Fronteiras".

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Beto, antigo guarda-redes da Seleção Nacional, é o convidado desta semana de Nuno Luz, no "Além Fronteiras". Numa nostálgica viagem ao passado, o ex-futebolista partilhou histórias e momentos - uns melhores, outros nem tanto - que viveu enquanto futebolista profissional. Hoje, já afastado dos relvados, assegura: "A minha ligação ao futebol será sempre eterna".

Depois de pendurar as chuteiras, há dois anos, Beto Pimparel decidiu radicar-se em Sevilha, um local que tanto lhe diz, não só por conta dos quatro anos em que representou o principal clube da cidade, mas também por ter sido onde conheceu a esposa.

Entre 2012 e 2016, o guardião fez da localidade andaluz a sua casa. Esse período, segundo palavras do próprio, foi "repleto de sucesso, repleto de muito carinho e de muito calor humano".

Finlândia, a última paragem

Durante cerca de duas décadas passou por diversos clubes em Portugal e no estrangeiro e escolheu a Finlândia, onde "o futebol faz parte de um quadro de desportos quase obrigatórios", como o derradeiro destino. Porquê? "Tive curiosidade de conhecer a forma como se vive" no país, revela.

Assume ainda que "nunca viveria na Finlândia" por vários motivos, com destaque para o clima. Ainda assim, reconhece os aspetos positivos da vida no país: o "civismo, a "escolaridade, a saúde, os transportes públicos".

Sevilha, por sua vez, foi uma experiência totalmente diferente, conta. "Sevilha vibra com tudo", afirma, antes de destacar uma das "muitas" vantagens de viver na cidade espanhola:

"A parte social aqui é o máximo que há. As pessoas saem do trabalho e param 20 minutos para tomar uma cerveja".

O pós-futebol, um período "muito doloroso"

Agora, já afastado dos grandes palcos, continua ligado ao futebol "de forma mais periférica". É embaixador da Liga, administrador da Fundação de Futebol e embaixador de vários projetos solidários.

"A minha ligação ao futebol será sempre eterna", garante.

No entanto, explica, "o desmame" do futebol foi "muito difícil", tendo recorrido, inclusive, a ajuda profissional. Apesar de o processo ter sido "muito doloroso" hoje diz estar "curado":

"Ao princípio foi muito difícil, tive de atravessar um processo muito doloroso. Tive de ter ajuda profissional para deixar de não querer ir a um estádio de futebol ver um jogo porque não conseguia".

As polémicas grandes penalidades contra o Benfica

Um dos pontos altos da carreira de Beto Pimparel foi, sem sombra de dúvidas, a final da Liga Europa entre o Sevilha e o Benfica, em 2014, uma partida em que os espanhóis foram mais fortes e bateram as 'águias' nas grandes penalidades. O antigo guarda-redes revela que essa foi uma partida de "extrema emoção" e que teve "todos os ingredientes" para ser "a final das finais" para si.

A marcação dos penáltis foi um momento que, na época, gerou celeuma. Beto deu alguns passos em frente no momento em que os adversários partiam para a bola, um comportamento que desagradou aos adeptos das 'águias'.

"O que é relevante, obviamente, é a forma violenta, muitas vezes, como me trataram alguns benfiquistas (...) Houve pessoas que passaram muito os limites mesmo", atira.

O momento alto da carreira

Aborda ainda o seu percurso enquanto internacional português e os momentos altos, dos quais destaca o Mundial do Brasil, onde participou nas duas das três partidas disputadas pela Seleção Nacional.

Para terminar esta viagem ao passado conta ainda um episódio caricato, que envolve o falecido treinador Vítor Oliveira e Jesualdo Ferreira, que se passou quando "estava em espiral negativa e quase a deixar de jogar futebol".

Por fim, deixa ainda dicas sobre o que não pode faltar numa visita a Sevilha.

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