Nasceu em dezembro de 1986, em Lisboa. Viveu, cresceu e estudou no Restelo. A mãe é tradutora de alemão, inglês e francês, o pai era engenheiro naval e “fascinado pelas suas traquitanas”.
Para “desgosto” dos pais nenhum dos quatro filhos seguiu uma das suas profissões e a mais nova até é humorista. Mariana Cabral herdou muita coisa dos irmãos, incluindo os bibes da escola “cheios de remendos”.
Cresceu sempre angustiada com a possibilidade de viver de uma profissão de que não gostava. Achou que o jornalismo era o seu destino e começou por ser. Licenciou-se em Jornalismo, porém nunca achou piada aos factos. Ser jornalista era “maçador”, principalmente porque não podia alterar as narrativas das histórias.
Depois do curso saltou de trabalho em trabalho e até na Disneyland, em Orlando, trabalhou. “Era errática. No fundo ia para trabalhos que me pagavam relativamente bem para depois poder viajar”, explica.
Foi mais ao menos por esta altura que nasceu a “Bumba na Fofinha”. “Explicar a história do início é sempre uma seca”, mas resumiu: “Encontrei algo que gostava”, conta.
A personagem Bumba na Fofinha começou por ser um blogue e hoje é uma “marca” conhecida por todos. “Para mim a Bumba é a Mariana Cabral, sou eu, em esteróides”, confessa.
“Enquanto Bumba falo das coisas que me inquietam e às vezes elas não me inquietam tanto quanto eu me indigno. Obviamente que é tudo um bocadinho extremado, mas sou a mesma pessoa”, continua.
Mariana Cabral é a nova convidada do podcast Geração 80 e trouxe para a conversa uma azeda, porque esta geração já não come “coisas do chão" e ela comeu muitas quando era miúda.
Nesta conversa conduzida por Francisco Pedro Balsemão fala abertamente sobre os limites do humor e das palavras que hoje fazem tanto “doi-doi”. Reflete sobre a “curadoria” da “beleza, cor e felicidade” das redes sociais e como os perfis perfeitos fazem com que os outros achem que estão "errados por se sentirem sozinhos”. Ouça aqui a entrevista.
Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.