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Análise

Depois do "excesso de confiança", Governo escolhe "caminho do diálogo" numa demonstração de "humildade"

Governo avançará, ou não, para um orçamento retificativo? E que medidas são arriscadas? Sebastião Bugalho, Bernardo Ferrão e Ricardo Costa, da SIC, analisam as medidas apresentadas pelo Executivo.

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Bernardo Ferrão acredita que o Governo de Luís Montenegro não avance para um orçamento retificativo e considera que as medidas apresentadas têm um "sinal político" de que vai ao encontro dos vários partidos no Parlamento. Sebastião Bugalho defende que o Governo escolheu o "caminho do diálogo". Já Ricardo Costa destaca algumas medidas arriscadas.

Depois de o Governo de Luís Montenegro ter sido "criticado" pelo tom "ligeiramente arrogante" no início da legislativa, o sinal político atual vai no "sentido contrário": "O Governo quis dizer que tem várias medidas e está disponível para negociar".

Bernardo Ferrão sinaliza ainda que o programa "dá sinais" de que haverá uma remodelação executiva no Serviço Nacional de Saúde (SNS). No entanto, o jornalista da SIC defende que Fernando Araújo fique, uma vez que “sabe muito da matéria”.

Na mesma linha, Sebastião Bugalho também considera que houve um "excesso de confiança" na tomada de posse do primeiro-ministro e nos primeiros dias do Governo, no entanto, para o comentador da SIC, o Governo escolheu o "caminho do diálogo" e está a dar "sinais para todos".

"Foi uma demonstração de humildade (...). Portanto, o Governo está a dançar o tango consigo próprio: há uma nota de diálogo, mas há também de autoridade", refere Sebastião Bugalho.

Já Ricardo Costa diz que o Governo tem um programa "equilibrado", com integração das propostas da oposição. Contudo, aponta para alguns riscos.

"De repente tem de se dar já, responder a uma série de exigências de classes profissionais. Vai ter que o fazer e baixar impostos. A minha questão é com as duas coisas conjugadas, se o crescimento não surge, vai para o fim da equação".

Imigração

Sobre a imigração, o diretor de informação da SIC refere ser "muito cético", uma vez que o aumento da população é um dos fatores mais decisivos. "Portugal passou de um problema brutal, que é o défice populacional, e de repente isso está a inverter-se com um aumento da população".

Já Bernardo Ferrão defende a imigração, no entanto, refere que as pessoas não podem ser "mal tratadas, abandonadas pela cidade em condições miseráveis".

"O Estado português tem de receber imigrantes, mas tem de os tratar com dignidade, que não está a ser assegurada".

Direção executiva do SNS e Habitação

Sobre a possibilidade de saída de Fernando Araújo, Ricardo Costa afirma que "há muito poucas pessoas em Portugal que tenham o seu conhecimento e capacidade".

Nesse sentido, Sebastião Bugalho acrescenta que "poucas pessoas" terão a "visão e capacidade de terreno" de Fernando Araújo. Para o comentador da SIC, o Governo não se devia "atirar para fora de pé".

O Governo quer reformular a direção executiva do SNS, presidida por Fernando Araújo. A medida é avançada no programa do novo Executivo.

Esta reformulação passa por alterações à “estrutura orgânica” da direção executiva, para torná-la mais “simples”, mas também por mudanças nas competências funcionais do organismo.

O objetivo será dar uma resposta mais adequada e articulada nas diferentes áreas do SNS, desde as infraestruturas, ao financiamento e recursos humanos, passando pela transformação digital.

Bernardo Ferrão afirma que o programa de Governo é "bastante concreto, com muitas questões, medidas e propostas". Acredita que o Governo não faça um orçamento retificativo, deixando tudo para o orçamento do final de ano.

"O orçamento retificativo serve melhor ao PS e ao Chega do que ao Governo da AD".

Ricardo Costa diz que há "muita coisa para discutir" e destaca a questão da Habitação. Os bancos passarem a financiar até 100% do crédito à habitação é, na sua visão, uma medida "popular e interessante, mas perigosa" do ponto de vista económico.

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