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Contratações na Defesa sob suspeita: concursos viciados, nomeações que fugiram às regras (e não só)

A investigação da SIC descobriu concursos públicos viciados, despachos que não deveriam ter sido feitos e nomeações que não cumpriram regras. É “Essencial” perceber de que forma foi sendo montada uma teia de interesses no Ministério da Defesa que está agora a ser investigada pela Justiça.

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As investigações à corrupção no Ministério da Defesa mostram que uma teia de interesses. Ao longo dos anos, foi construída uma rede para promover pessoas de confiança ou afastar os melhores candidatos. As nomeações de dirigentes para cargos superiores incluíram até nomes envolvidos em processos judiciais.

A SIC foi apurar como têm sido feitas as nomeações dos dirigentes superiores no Ministério da Defesa. Alguns deles arguidos no âmbito dos processos que decorrem na Justiça sobre a Tempestade Perfeita.

Um concurso público para escolher um vogal do Instituto de Ação Social das Forças Armadas foi anulado pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, quando os finalistas já tinham sido selecionados. Os candidatos com as melhores classificações foram afastados e o concurso foi repetido e alterado por mais duas vezes.

“O ministro nunca devia ter dado um despacho naquele sentido. O despacho é ilegal”, reforçou, à SIC, o ex-presidente da Cresap, João Bilhim.

A candidata com a melhor classificação foi assim afastada com a anulação do concurso.


“Eu só quis fazer o meu trabalho enquanto profissional, enquanto executivo, a nível de gestão. E, como tal, tudo o que é política à volta disto é me completamente alheio”, sublinhou Rita Cristóvão, ex-vogal do Instituto de Ação Social das Forças Armadas.

O cargo foi entregue em regime de substituição a Manuel Silva Lopes, o que lhe deu vantagem para conseguir oficialmente ficar com o lugar. Não foi o único caso nas chefias dos organismos da defesa.

“É profundamente estranho, eu diria, quase como um assalto. Toda a gente que está em determinados sítios passa para um regime de substituição, ou seja, passa a estar em lugares de topo da administração pública. Estamos a falar de gente que está abaixo do ministro e, portanto, passam a ocupar lugares-chave no sistema da administração pública portuguesa”, mencionou o advogado especialista em direito administrativo Paulo Veiga e Moura.

A investigação da SIC descobriu concursos públicos viciados, despachos que não deveriam ter sido feitos e nomeações que não cumpriram regras. É “Essencial” perceber de que forma foi sendo montada uma teia de interesses no Ministério da Defesa que está agora a ser investigada pela Justiça.

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