A casa do ex-presidente do PSD Rui Rio foi esta quarta-feira alvo de buscas. Em causa estão suspeitas de crimes como peculato e abuso de poderes por uma alegada utilização indevida de dinheiro público na anterior gestão do PSD.
As buscas, que visam diretamente Rui Rio, estão a cargo da Polícia Judiciária e decorrem também na sede nacional do partido, em Lisboa, e na distrital, no Porto.
Perante a situação, Rui Rio disse estar “muito calmo e sereno”, segundo a repórter da SIC Márcia Silva Gonçalves, que esteve na casa do ex-líder a acompanhar as buscas.
Aos jornalistas, o ex-líder dos sociais-democratas disse estar a colaborar com as autoridades e a acompanhar as buscas.
O ex-Presidente do PSD será suspeito de peculato e abuso de poderes por alegada utilização indevida de dinheiros públicos, crimes que terão sido cometidos durante a gestão anterior do partido.
Rui Rio terá usado verbas da Assembleia da República, definidas para a assessoria dos grupos parlamentares, para pagar ordenados a funcionários do partido que não trabalhariam no Parlamento.
Outros dirigentes e funcionários sociais-democratas também serão visados na operação.
Ao que a SIC apurou, estão a ser realizadas buscas na casa da ex-assessora de imprensa de Rui Rio e do atual deputado Hugo Carneiro.
A repórter da SIC, Diana Pinheiro, está junto à sede nacional do PSD, em Lisboa, onde deu conta que as bucas começaram por volta das 09:30.
PSD confirma buscas e garante que investigação não visa atual direção
Num comunicado enviado às redações, o PSD confirmou as buscas nas sedes nacional, em Lisboa, e distrital, no Porto, e que a investigação em curso "visa factos que remontam ao período de 2018 a 2021". Ou seja, a investigação não visa a atual direção do partido.
O partido garantiu ainda que "prestará toda a colaboração solicitada pelas autoridades judiciais".
Mais de 100 inspetores participaram nas buscas
Também a Polícia Judiciária confirmou a realização de 20 buscas, "14 delas domiciliárias, cinco a instalações de partido político e uma em instalações de Revisor Oficial de Contas".
Cerca de 100 inspetores participaram nas buscas que decorreram na zona da Grande Lisboa e no Porto.
Para além de elementos da PJ, estiveram presentes nas buscas seis magistrados do Ministério Público e um juiz de Instrução Criminal. Contaram ainda com a colaboração do DIC de Setúbal, da ULIC de Évora, da UPFC e UPTI da Polícia Judiciária.
"A investigação prosseguirá com o exame integral aos elementos probatórios alcançados, visando o cabal esclarecimento dos factos que integram o objeto do inquérito", adiantou a PJ em comunicado.