Na primavera de 1644, Diego Velázquez acompanhou o Rei Filipe IV, de Espanha, numa incursão militar pela Catalunha. Terá sido nessa altura que o artista, pintor da corte espanhola desde 1623, terá feito um retrato a meio corpo.
As condições não eram as mais indicadas e a pintura teve de ser realizada num curto espaço de tempo. É esta a história por detrás da obra rara que está, agora, em exposição no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
"O pintor, a capacidade de captar a personalidade do rei e de fazer um retrato profundamente humanizado, mas simultaneamente sintético. O traje, por exemplo, é feito de pinceladas largas", afirma António Filipe Pimentel, diretor do museu.
A obra era uma das favoritas do colecionador norte-americano Henry Frick. Chega agora a Portugal, por empréstimo. O diretor do Museu Calouste Gulbenkian explica: "trata-se de uma pintura adquirida pelo senhor Frick, em 1911. Adquiriu-a por quase meio milhão de dólares e, de acordo com o testamento, as peças não podem sair da coleção. Esta foi emprestada, porque a Frick Collection está em mudança, e, portanto, isso permitiu que a direção fizesse circular algumas obras internacionalmente, incluindo esta".
O retrato pintado a óleo sobre tela do Rei Filipe IV pode ser visto até 9 de setembro no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.