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“Vivi um terror psicológico”: agressões a professores estão a aumentar

No ano passado só a GNR registou 44 ocorrências de agressões a professores. Este ano já são 16. A SIC falou com duas professoras que foram vítimas, uma às mãos de uma aluna e outra às mãos de um pai.

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As agressões a professores nas escolas estão a aumentar. No ano passado, só a GNR registou 44 ocorrências e este ano já vai em 16. O Governo quer que passe a ser um crime público e com penas agravadas.

No final de cada aula de Educação Física, Marta Gonçalves pedia sempre ajuda a dois alunos para recolherem o material utilizado. A 22 de outubro de 2019 o pedido foi o mesmo, mas o desfecho foi diferente.

“A aluna recusou, disse que não ia ajudar. Numa segunda vez, quando a interpelei já no balneário, foi agressiva a falar e teve atitudes agressivas em que me agarrou e abanou”, conta à SIC a professora.

Perante as atitudes da aluna, Marta ameaçou-a com uma falta disciplinar, o que deixou a jovem mais irritada. A professora tinha mais aulas previstas para o mesmo dia e, no momento em que tentou sair do pavilhão, foi novamente agredida pela jovem.

“Fiquei com bastantes dores no ombro esquerdo, fiquei com contusões no peito esquerdo e senti necessidade de recorrer ao hospital.”

Além da parte física, este episódio deixou também marcas psicológicas que levaram Marta a deixar de dar aulas durante quatro anos.

O caso de Marta aconteceu com uma aluna, mas uma outra professora com quem a SIC falou revelou um episódio de “terror psicológico” que viveu com o pai de uma estudante.

Aconteceu há cerca de 10 anos, depois da professora ter apresentado uma denúncia à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens quando viu pisaduras no corpo da aluna. A professora seguiu os procedimentos normais nestes casos e denunciou a situação, o que desagradou o pai da jovem.

“O pai estava todos os dias à porta da escola, gritava… vivi um terror psicológico durante duas semanas”, revela.

“Isto agrava-se quando um dia saio da escola com uma auxiliar, ele ia a passar de carro e embicou o carro direito a mim. Só tive tempo de saltar para cima do passeio”, lembra.

A SIC sabe que, só no ano passado, a GNR registou mais de 40 ocorrências e este ano, nos primeiros quatro meses, são já 16. Apesar da insistência, o Ministério da Educação não divulgou os números totais de professores agredidos.

O Governo quer que agressões como estas sejam consideradas crimes públicos e que as penas sejam agravadas.

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