Os trabalhadores dos hipermercados manifestaram-se esta quarta-feira na Guarda, uma vez que estão revoltados sobretudo com os salários e com o número de horas de trabalho.
Dentro do hipermercado parecia um dia normal de trabalho, no entanto cá fora, ouvia-se as palavras de ordem dos sindicalistas contra o congelamento da contratação coletiva que rege o setor da distribuição para que clientes pudessem ouvir e ponderar onde fazem as compras.
"Os geradores destas grandes riquezas são os trabalhadores e eles não nos respeitam minimamente. Há imensos trabalhadores em burnout por causa das pressões, dos horários de trabalho desregulados e das folgas abertas", garantiu Glória Fernandes, dirigente do CESP.
A escolha do CESP, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, não foi por acaso. Foi dito que o Continente é do grupo que lidera a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, ora na presidência ora na vice–presidência de propostas inaceitáveis para os trabalhadores.
"Nós exigimos que não se aplique o banco de horas, que nem se quer está na contratação, queremos o horário das 35 horas semanais e o fim da discriminação salarial", acrescentou Glória Fernandes.
A denúncia ficou feita, tal como a exigência de atualização do contrato coletiva de trabalho, sem revisão desde 2016, o fim da precariedade, bancos de horas e salários mínimos que, nas contas do sindicato atingem 144 mil pessoas.
Contactada pela SIC, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição garante que a negociação da contratação coletiva está em fase de negociação com a estruturas sindicais e que espera chegar a um acordo que valorize os trabalhadores.