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Miranda Sarmento ministro do Estado e das Finanças do novo Governo

É um dos membros de confiança de Luís Montenegro, a quem tem acompanhado em reuniões chave, e desde julho de 2022 que presidia à bancada parlamentar do PSD.

Joaquim Miranda Sarmento, Finanças
Joaquim Miranda Sarmento, Finanças

Joaquim Miranda Sarmento, economista e ex-líder da bancada parlamentar do PSD, foi o nome escolhido por Luís Montenegro para o cargo de ministro do Estado e das Finanças.

Professor auxiliar de Finanças, com agregação, no ISEG-Lisbon School of Economics and Management (Universidade de Lisboa), saltou para a ribalta quando ajudou o então presidente do PSD Rui Rio a desenhar o cenário macroeconómico do partido para as eleições legislativas de 2019.

Miranda Sarmento, 45 anos, foi presidente do Conselho Estratégico Nacional na anterior direção do PSD de Rui Rio, que durante a campanha para as legislativas de 2019 o chegou a apelidar de "seu Mário Centeno", numa alusão ao então ministro das Finanças do Governo do PS, hoje governador do Banco de Portugal.

Assessor económico no segundo mandato do ex-Presidente da República Cavaco Silva, Joaquim Miranda Sarmento continuou na primeira linha política na transição entre Rio e Luís Montenegro, ao coordenar a moção de estratégia do atual líder social-democrata na disputa da liderança contra Jorge Moreira da Silva.

Miranda Sarmento assumiria depois a presidência da bancada parlamentar do PSD, cargo que ocupou desde julho de 2023 e até agora.

É um dos membros de confiança de Luís Montenegro, a quem tem acompanhado em reuniões chave, e desde julho de 2022 que presidia à bancada parlamentar do PSD.

Longa carreira académica

Com uma longa carreira académica e muitos artigos publicados, afirma que sempre votou PSD, mesmo quando ainda não tinha ligação ao partido pelo qual acabou por ser eleito deputado em março de 2022 e do qual, em julho desse ano, foi designado líder parlamentar, com 59,74% dos votos, sucedendo a Paulo Mota Pinto.

Manteve-se no cargo, mesmo após a eleição de Luís Montenegro como líder do PSD (que lhe renovou a confiança), mas a liderança da bancada não escapou incólume a polémicas, com uma série de episódios de tensão com alguns críticos internos, que lhe apontavam "falta de perfil político".

Nas legislativas de 10 de março foi o número "dois" da Aliança Democrática (coligação pré-eleitoral formada por PSD, CDS-PP e PPM) por Lisboa, tendo sido um dos responsáveis pelo programa económico da direita nestas eleições.

Miranda Sarmento foi também assessor económico do antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva no seu segundo mandato, consultor da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e tem um doutoramento em Finanças pela Tilburg University, na Holanda.

Trabalhou durante 10 anos no Ministério das Finanças

Após ter chegado a trabalhar durante 10 anos no Ministério das Finanças, terá agora a seu cargo pôr a economia portuguesa a crescer de 2,5% em 2025 até 3,4% em 2028, através de um choque fiscal de cinco mil milhões de euros ao longo da próxima legislatura, conforme prometido pela AD, no seu programa eleitoral.

Herda do legado socialista a credibilidade internacional de Portugal, com melhorias sucessivas do 'rating' da República, e contas públicas equilibradas, com o seu antecessor, Fernando Medina, a deixar-lhe o maior excedente orçamental registado em democracia e um rácio da dívida pública abaixo de 100%.

No entanto, mesmo com o desafio da inflação mais controlado, terá de responder também a uma conjuntura externa desafiante, com a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente, e ao impacto do aperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Apesar da vida política mais intensa nos últimos anos, continuou a publicar livros académicos (tem vários em Portugal e internacionalmente), entre os quais "Portugal - Liberdade e Esperança: Uma visão para Portugal 2030", no qual fala sobre o que apelida de 20 anos de estagnação económica no país e defende uma reforma das instituições, a valorização do capital humano e a melhoria da competitividade da economia.

As suas áreas de investigação focaram-se, ao longo dos anos, sobretudo nas parcerias público-privadas, finanças públicas e fiscalidade.

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