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Ucrânia vai começar a indemnizar vítimas de crimes sexuais dos soldados russos

As vítimas vão receber também apoio médico e psicológico. Perto de cinco centenas de mulheres foram identificadas como vítimas, mas o número real será muito superior.

Ucrânia vai começar a indemnizar vítimas de crimes sexuais dos soldados russos
Leo Correa/AP Photo

A Ucrânia vai indemnizar mulheres que foramvítimas de abusos sexuais por soldados russos, durante a invasão. As primeiras indemnizações vão avançar nas próximas semanas. São cerca de 500 as mulheres identificadas como vítimas destes crimes, mas existirão muitas mais cujos casos não foram reportados.

A prática já tinha sido denunciada pela Organização das Nações Unidas (ONU), há dois anos, mas só agora estas mulheres vão ser compensadas pela Ucrânia com ajuda financeira, médica e psicológica.

Em outubro de 2022, a representante das Nações Unidas para a violência sexual em conflitos afirmou que as violações estavam a ser usadas como estratégia militar.

Desde 2014, data da entrada dos russos no território agora ocupado de Donetsk, que há relatos de vítimas que sofrem com traumas de abusos.

Segundo o Fundo Global de Sobreviventes, esta será a primeira vez que vítimas recebem reparações enquanto um conflito ainda está ativo.

“Reabilitação e compensação são elementos das reparações, mas aquilo que as sobreviventes consideram muito importante é a validação”, declarou, Esther Dingemans, diretora do fundo.

“Um passo para a restauração da Justiça”

A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, afirmou, esta sexta-feira, que as indemnizações às vítimas de crimes sexuais são “um passo importante para a restauração da Justiça”.

“Não se trata apenas de apoio económico”, sublinhou Zelenska. “É Justiça, e não apenas na Ucrânia. A Justiça para as vítimas ucranianas de violência é agora um espelho para todo o mundo.”

O Fundo Global de Sobreviventes aponta que milhares de mulheres ucranianas foram abusadas sexualmente pelos russos nos últimos dez anos.

Homens e rapazes menores de idade também estarão entre as vítimas de crimes sexuais praticados pelas tropas russas na Ucrânia, existindo dezenas de casos em investigação.



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