Os telemóveis são, hoje em dia, quase um prolongamento do corpo. As novas gerações nascem e crescem cercadas por ecrãs, e soam constantes alarmes sobre os riscos desta exposição.
O tempo que as crianças dedicam aos dispositivos digitais contraria, de forma clara, as recomendações da Organização Mundial da Saúde, e os conteúdos aos quais os mais novos estão expostos são muitas vezes desadequados para o seu nível de desenvolvimento.
Os problemas relacionados com a linguagem e aprendizagem são cada vez mais comuns. Especialistas alertam para o facto das crianças estarem mais agitadas e terem mais dificuldade em conseguir estar atentas. Aumentaram também os casos de obesidade e ansiedade entre os mais novos.
Várias escolas já proibiram o uso do telemóvel nos intervalos para promover o convívio entre os alunos e a atividade física.
Por outro lado, ouvem-se argumentos sobre os benefícios da utilização da tecnologia, nomeadamente como ferramenta de ensino. Em todo o mundo pediatras, psicólogos e cientistas debruçam-se sobre o tema.
Na Grande Reportagem SIC “Agarrados ao Ecrã”, fomos perceber qual o impacto que o uso dos dispositivos digitais tem na saúde, no cérebro e no desenvolvimento.
Fomos ouvir o que crianças, pais e educadores têm a dizer sobre o uso dos dispositivos digitais. Dos depoimentos recolhidos, destacamos os seguintes excertos:
- “O telemóvel vicia muito, mas muito - na minha opinião, atenção - muito mais do que a televisão, porque a televisão não é uma coisa que tu vais tirar da parede e vais levar para qualquer sítio. O telemóvel, como diz o nome tele…móvel é para isso que serve, para mover, para estar sempre contigo".
- “Os meus pais, acham que eu ainda não tenho idade para ter um telemóvel”.
- “Os meus colegas tinham, então eu achava que eu também devia ter para não me sentir excluída”.
- “O meu filho não tem maturidade para selecionar conteúdos”.
- “A forma como o conteúdo é explícito nas redes sociais acaba por sugar a pessoa para ver mais e mais”.
- “A minha filha entrou em estado de anorexia devido à rede social. Era só pele e ossos”.
- “Agora tornou se um hábito. por exemplo, estarmos num restaurante e ver-se uma criança com um tablet”.
- “Fica sempre aquela questão: será que eu estou a permitir que ele fique demasiado tempo…”
- "Aparecem muitas pessoas assim, só a quererem olhar para o telemóvel e não querem nem saber das pessoas que dizem ‘bom dia' e isso significa que elas podem estar mesmo muito viciadas”.
Ficha Técnica da Grande Reportagem “Agarrados ao Ecrã”:
Jornalista: Catarina Marques catarinamarques@sic.impresa.pt
Repórteres de Imagem: Romeu Carvalho, Hugo Neves
Edição de Imagem: Rui Félix
Grafismo: Nuno Gonçalves
Produção: Diana Matias
Colorista: Rui Branquinho
Legendagem: Spell
Pós-Produção Áudio: Octaviano Rodrigues
Coordenação: Miriam Alves
Direção: Marta Brito dos Reis; Ricardo Costa