Mais 4.500 viaturas desapareceram em Portugal no ano passado, a maioria destinada ao desmantelamento e venda das peças, enquanto outras foram levadas diretamente para fora do país. Em resposta a essa onda de crimes, a PSP estabeleceu uma equipa especializada com meios tecnológicos de última geração.
“Eram cerca das 3:30 da madrugada. Estava em casa e ouvi o alarme [do carro] tocar. Abri a porta da rua e vi um carro, ainda estava estacionado e estava outro à beira do meu carro. E quando eu abri a porta, os dois arrancaram. Senti logo que me estavam a roubar o carro”, começou por recordar, à SIC, Bruno Luís.
Bruno disse que bastaram “20 segundos” e que os ladrões utilizaram um equipamento eletrónico que permitiu desbloquear o automóvel. Um ano e dois meses depois, continua sem explicações e sem carro.
“Aquilo são pessoas que sabem as minhas rotinas”, disse o chefe de cozinha e dono de dois restaurantes em Lisboa. Bruno é uma das 4.500 vítimas sinalizadas só no ano passado.
Quase 400 carros por mês desapareceram em Portugal. A maioria são recuperados. Agora, através de técnicas forenses de última geração, já é fácil saber, por exemplo, se um carro foi ou não furtado. À primeira vista tudo parece certo no registo da viatura, porém, costuma sempre haver um "mas".
Há quatro anos, devido ao aumento dos furtos de viaturas, a PSP criou a UNICA - Unidade Nacional de Investigação da Criminalidade Automóvel. Desde então, foram abertas quase 1.300 investigações e recuperados, pelo menos, 10 milhões de euros.
Nenhum automóvel está a salvo, mesmo que tenha sistemas robustecidos de defesa antirroubo e tecnologia de georreferenciação. No entanto, a tendência nos últimos 10 anos tem sido de descida. O Porto continua a ser o distrito com maior número de participações criminais.