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Polícias marcam protesto para 25 de abril e ameaçam boicotar eventos

Numa carta redigida por um grupo inorgânico de polícias, os elementos das forças de segurança constatam que "após a reunião com a Ministra da Administração Interna é fácil concluir que o Governo nos quer enganar e ludibriar".

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As forças de segurança estão a preparar um novo protesto já para este mês e ameaçam boicotar a segurança de alguns eventos, como o Rali de Portugal e a Queima das Fitas do Porto.

O jornal Expresso teve acesso a uma carta redigida por um grupo inorgânico de polícias, e que circula entre as forças de segurança, cujo objetivo passa por pressionar o Governo para que atenda, com a maior brevidade possível, às exigências dos elementos da PSP e da GNR.

"Se até 10 de maio, dois meses após as eleições, não houver entendimento, os polícias não irão fazer gratificados a 11 e 12, fim de semana em que decorre o Rali de Portugal", lê-se no documento, citado pelo semanário.

Agendada manifestação em frente à AR

Este mesmo movimento já agendou uma manifestação para o dia 25 de abril em frente à Assembleia da República e assume a possibilidade de as forças de segurança não marcarem presença em eventos desportivos e culturais - como o Rali de Portugal e a Queima das Fitas do Porto -, dado que "o que realmente mexeu e teve impacto foi a ausência de policiamento no futebol", nota um comissário da PSP ao Expresso.

Na carta que circula pelas forças de segurança, o movimento insiste que o suplemento de missão dado à Polícia Judiciária "tem de ser transversal a todas as forças de segurança" e que "quem não tem direito à greve deveria ser escutado e valorizado".

“É fácil concluir que o Governo nos quer enganar”

Lembram também que Luís Montenegro, antes das eleições legislativas de 10 de março, "afirmou que ia resolver rapidamente esta injustiça", no entanto constatam que "após a reunião com a Ministra da Administração Interna é fácil concluir que o Governo nos quer enganar e ludibriar".

Paulo Santos, presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia, aponta que que "há cabimentação orçamental, há uma concordância geral dos partidos políticos sobre a justeza da reivindicação e há uma forte desmotivação na PSP" e, por isso, exige ao Ministério da Administração Interna que "apresente uma proposta".

"Não devem ser os sindicatos a fazê-lo, porque é uma forma de inverter e confundir a opinião pública", afirma.

Paulo Santos, que não concorda com os protestos do movimento inorgânico, garante que se o Ministério da Administração Interna não apresentar "uma proposta concreta e em consonância com o expectável, fará sentido avançar para novo protesto".

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