O Dia do Trabalhador de 1994 ficou marcado por uma das maiores tragédias no mundo do automobilismo mundial. O tricampeão mundial Ayrton Senna perdeu a vida num violentíssimo acidente ao volante de um carro da Williams. Apenas um dia depois de Roland Ratzenberger ter morrido na mesma pista.
Quem viveu de perto o momento foi o português Pedro Lamy, que na altura competia pela equipa da Lotus. Agora, passados 30 anos da tragédia de Ímola, o antigo piloto recorda à SIC Notícias aquele dia.
“Foi um pesadelo. Parecia que o que aconteceu estava guardado. Há muitos anos que não acontecia nada de relevante ou de grande impacto na Fórmula 1 e, de repente, naquele fim de semana aconteceu tudo. Perdemos dois pilotos”.
“Principalmente por ser jovem, como era no meu início de carreira, o que aconteceu foi terrível”, acrescentou.
“Era impossível o melhor piloto de todos os tempos a perder a vida daquela forma”
Durante as décadas de 80 e 90, Senna brilhou por onde passou, sendo considerando por muitos o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos.
Pedro Lamy diz que parecia impossível que o brasileiro fosse morrer tão precocemente, ainda mais pela forma como tudo aconteceu.
“Sabíamos que era algo grave na altura, mas acreditar que pudesse ter acontecido algo pior ao Senna era impossível. O melhor piloto de todos os tempos a perder a vida daquela forma, ninguém queria acreditar e eu não acreditava que pudesse ter acontecido uma coisa dessas”, afirmou.
“Os brasileiros tinham o Ayrton como um Deus”
O funeral de Ayrton Senna realizou-se quatro dias depois, em São Paulo, durando 22 horas. Pedro Lamy fez questão de marcar presença e lembra o momento em que o Brasil parou para se despedir de um Deus.
“Foi arrepiante. Fiz questão de dizer o último adeus e estar presente no funeral. O Brasil parou completamente. São Paulo estava cheio, com muita gente na rua, numa tristeza incrível. Tinham o Ayrton como um Deus”.
“Senna era mágico”
Desafiado a descrever Ayrton Senna numa só palavra, Lamy solta um “mágico”, referindo que o brasileiro era um "piloto muito rápido com um sentimento e trabalho incrível".
“Mágico, acho que mágico é realmente o que o que ele era. Um piloto muito rápido, muito trabalhador, muito concentrado, com um sentimento de trabalho incrível”, concluiu.