Na Fundação Calouste Gulbenkian, para a apresentação do livro “Memórias Minhas” de Manuel Alegre, Pedro Nuno Santos falou aos jornalistas sobre os últimos dias de “muita preocupação”, após "o Governo surpreender a todos”.
A primeira palavra, no entanto, foi de homenagem a Manuel Alegre, “um símbolo da luta pela liberdade, da nossa democracia, um exemplo para todos nós, para as novas gerações, que nos temos de agarrar”.
Questionado sobre a posição do Partido Socialista em relação ao Plano de Estabilidade - enviado esta segunda-feira pelo Governo ao Parlamento -, Pedro Nuno admitiu que “ainda precisa de tempo para analisar”, deixando farpas ao Executivo de Luís Montenegro.
“Os últimos dias mostram bem que temos de ter todo o cuidado com aquilo que o Governo apresenta, porque podemos ser surpreendidos mais a frente. (…) Perante o choque de tantos [sobre o real valor da redução do IRS], a reação foi a pior de todas, a culpar os que foram enganados”.
A polémica do alívio do IRS
A polémica em torno das medidas de redução do IRS surgiu depois de, em entrevista à RTP na sexta-feira, o ministro das Finanças ter dito que os 1 500 milhões de euros de alívio no imposto, referidos pelo primeiro-ministro no debate do programa do Governo no parlamento, não vão somar-se aos cerca de 1 300 milhões de euros de redução inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor, explicando que a medida rondará os 200 milhões de euros.