País

Novo dia, novo protesto: estudantes pelo clima bloqueiam Ministério da Saúde

Este protesto insere-se na "Primavera Estudantil pelo Fim ao Fóssil", uma onda de ações direcionadas às instituições governamentais que "estão a falhar", segundo aquilo que defendem os estudantes. Quatro dos ativistas foram detidos, três estudantes que se colaram na entrada do edifício e outro que se encontrava acorrentado.

Novo dia, novo protesto: estudantes pelo clima bloqueiam Ministério da Saúde
Telegram - Fim ao Fóssil

Cerca de 30 estudantes bloquearam esta quinta-feira o Ministério da Saúde, em Lisboa, onde reivindicaram o fim dos combustíveis fósseis até 2023 e afirmaram que a "crise climática é uma crise de saúde pública".

Quatro dos ativistas foram detidos, confirmou à agência Lusa o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP.

De acordo com fonte do Cometlis, foram detidos três estudantes que se colaram na entrada do edifício e outro que se encontrava acorrentado.

Em comunicado, o movimento que exige o fim dos combustíveis fósseis até 2030 disse que os três estudantes colados "foram retirados somente com recurso à força".

"Apesar das garantias iniciais por parte da polícia de que o INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] iria ser chamado para salvaguardar o seu bem-estar, isso não aconteceu", acusam.

A porta-voz da ação de protesto, Teresa Núncio, citada no comunicado, afirmou que o "protesto era pacífico".

"Estivemos aqui, hoje, a parar a normalidade de uma das instituições que nos estão a roubar o futuro. Não podemos consentir, como este Ministério consente, com a condenação à morte de milhões de pessoas", salientou.

Os restantes estudantes que participaram na iniciativa vão convocar uma vigília de apoio aos quatro detidos, segundo o Greve Climática Estudantil.

O grupo de jovens esteve desde o início de manhã concentrado a bloquear a entrada do edifício do Ministério da Saúde.

Contactada pela Lusa, fonte da PSP disse que pelas 08:55 alguns elementos das autoridades estavam a "tomar as diligências necessárias" para que a entrada no edifico não fosse impedida aos funcionários do Ministério da Saúde.

No Telegram, o grupo "Fim ao Fóssil" partilhou várias imagens e vídeos, onde é possível ver os estudantes colados às portas do edifício, na Avenida João Crisóstomo.

"Estamos perante um Serviço Nacional de Saúde que já está em colapso", disse Joana Fraga, estudante de Medicina e porta-voz desta ação, num comunicado a que a SIC Notícias teve acesso.

"Não é difícil perceber que tudo isto será agravado por catástrofes climáticas, que serão cada vez mais extremas e mais frequentes. Como estudante de Medicina, sei que o principal dever dos profissionais de saúde é preocupar-se com a saúde bem-estar das pessoas. Por isso é que estou aqui. Porque a crise climática é uma crise de saúde pública, e se não a travarmos, milhões de pessoas irão morrer e adoecer."

Este protesto insere-se na "Primavera Estudantil pelo Fim ao Fóssil", uma onda de ações direcionadas às instituições governamentais que "estão a falhar", segundo aquilo que defendem os estudantes.

Na quarta-feira, estudantes da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa acamparam no átrio do edifício, exigindo o fim da guerra na Faixa de Gaza e dos combustíveis fósseis.

Na segunda-feira, um grupo de ativistas bloqueou a entrada do Banco de Portugal, em Lisboa, num protesto para denunciar o investimento do Governo na indústria fóssil e a falta de investimento na "transição energética justa".

Notícia atualizada às 12:40

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do