O general Eduardo Ferrão e o almirante Gouveia e Melo defendem que se estude a reintrodução do Serviço Militar Obrigatório.
Em entrevista ao Expresso, num momento de crescente insegurança internacional, em que as Forças Armadas sofrem de carência aguda de efetivos, o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Eduardo Ferrão, entende que “uma reintrodução do SMO justifica-se ser estudada e avaliada sob várias perspetivas”.
Na opinião do general, “a passagem pelas fileiras equivale à frequência de uma escola de cidadania”, contribuindo “para o desenvolvimento de uma cultura de Defesa Nacional” e de “sensibilização dos jovens” para estas áreas.
Num texto publicado na revista E, também o almirante Gouveia e Melo reforçou a ideia. Na opinião do chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) “reequacionar o SMO ou outra variante mais adequada poderá ser uma medida necessária não só para equilibrar o rácio despesa/resultados, mas também para gerar uma maior disponibilidade da população para a Defesa”.
Ao Expresso, o general Eduardo Ferrão apontou ainda o número deficitário de efetivos a contratar autorizado pelo Governo cessante, criticou o facto de as Forças Armadas serem a única instituição do Estado a vender património para financiar obras e defendeu a equiparação dos vencimentos e suplementos a outras carreiras do Estado, depreendendo-se forças de segurança e magistrados.