Nem o número de casos de dengue no Brasil influenciou o Carnaval no Rio de Janeiro. Em cinco semanas, foram registados mais de 360 mil casos. O surto foi classificado como um “desafio significativo” pela OMS.
Milhares de pessoas saíram às ruas para comemorar o arranque da festa.
Os foliões reconhecem que é preciso ter cuidado, mas defendem que a doença não impede a comemoração do Carnaval.
A rápida propagação da doença já fez, pelo menos 40 mortes, diz o Ministério da Saúde do Brasil, e há 265 a serem investigados.
As autoridades do Rio de Janeiro, a segunda cidade mais populosa do Brasil, decretaram estado de emergência em saúde pública devido ao rápido aumento de casos de dengue.
Surto de dengue no Brasil é um "desafio significativo"
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, qualificou esta quarta-feira o surto de dengue no Brasil como um "desafio significativo" e relacionou-o com o fenómeno climático El Niño.
"O atual surto de dengue foi alimentado pelo El Niño", disse Adhanom durante um evento em Brasília, enquadrando o aumento de casos no país sul-americano como parte de uma expansão global da doença, que matou 5.000 pessoas em todo o mundo em 2023.
O El Niño é um fenómeno climático natural associado ao aumento das temperaturas da superfície no centro e leste do Oceano Pacífico tropical, mas que tem efeitos em todo o mundo.
Os efeitos do fenómeno promovem um aumento da temperatura nas Américas, o que acaba por facilitar a proliferação dos mosquitos Aedes aegypti, transmissores da dengue.
Segundo o diretor-geral da OMS, "todas as regiões, exceto a Europa, são afetadas" pela onda de dengue, que é transmitida por mosquitos e causa febres altas e fortes dores musculares, entre outros sintomas.
-Com Lusa