Vacinas e Envelhecimento

Vacinação no adulto: uma ferramenta de prevenção e de poupança

Qual é o impacto económico e social das doenças preveníveis por vacinação no adulto? Esta foi a questão que esteve no centro da discussão na segunda reunião do projeto + Longevidade, uma iniciativa da NOVA IMS, com o apoio da GSK, à qual a SIC Notícias se associa como media partner.
Vacinação no adulto: uma ferramenta de prevenção e de poupança

Catorze dias após a realização da primeira reunião do projeto + Longevidade - que juntou profissionais de saúde que desenharam um hipotético calendário ideal de vacinação para o adulto português - , chegou a hora dos decisores políticos e representantes de entidades associativas e institucionais relevantes do sector saúde discutirem o custo-efetividade/oportunidade subjacente a potenciais opções de políticas de saúde que visem melhorar resultados através da vacinação.

Veja ou reveja AQUI as conclusões da primeira reunião.

Segundo os dados divulgados recentemente, Portugal é, entre os 27 da União Europeia, o país que está a envelhecer mais depressa. Os dados também nos dizem que a faixa etária a partir dos 65 anos é a que tem crescido mais nos últimos anos e as perspectivas são que esta tendência se mantenha no futuro. No entanto, aquilo que se pretende é que, se vamos viver mais, que seja com qualidade e, nesse sentido, a vacinação pode ser encarada como um vector importante na promoção do bem-estar durante toda a vida, defendem os peritos. A evidência também nos mostra que prevenir a doença é sempre mais barato do que tratá-la, sendo a vertente económica - aparentemente vantajosa - uma outra mais-valia associada à vacinação no adulto.

Este segundo think tank contou com a presença de Francisco George, chairman do projeto e presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública, Céu Mateus, professora catedrática da Economia da Saúde da Lancaster University, Luís Filipe Pereira, economista, gestor e ex-ministro da Saúde Rita Sá Machado, diretora-geral da Saúde, Ana Clara Silva, diretora regional da Madeira para as Políticas de Longevidade, Mónica Seidi, secretária regional dos Açores da Saúde e Segurança social, Marta Valente Pinto, presidente da Comissão Técnica de Vacinação, Clara Dimitrovova, investigadora senior em Economia da Saúde, em representação de Ema Paulino, presidente da ANF, e Nuno Marques, presidente do Algarve Biomedical Center e do Observatório Nacional do Envelhecimento. A sessão também contou com a participação - através de vídeo - do ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e do pneumologista Filipe Froes.

Um programa com vacinas universais e gratuitas direcionado ao adulto é o principal desejo espelhado pelos protagonistas da sessão.

Conheça as principais conclusões da sessão:

  • Consciencializar a comunidade para a importância da vacinação do adulto é prioritário. Na faixa etária do adulto perdeu-se a sensação de risco relativamente a doenças preveníveis por vacinação, é por isso importante chegar a esta parte de população com comunicação eficaz, sendo que os mais velhos pensam que os riscos associados à toma de vacinas são muito maiores do que os benefícios;

  • Não há vacinas 100% eficazes no adulto, mas estas evitam significativamente as versões mais graves da doença;

  • Há muitos custos associados à doença e a vacinação é um bom instrumento de poupança. O investimento em vacinação pode ser compensado pela poupança, por exemplo, em internamentos;

  • Se as pessoas estiverem mais saudáveis, a recuperação e o tratamento das mesmas, em caso de doença, também é menos oneroso;

  • Embora não haja consenso quanto à separação de calendários (um para crianças, outro para adultos), existe unanimidade no que diz respeito à ideia de que Programa de Vacinação deve ser aplicado a todo o ciclo de vida;

  • A comissão técnica de vacinação, garantiu-se durante a reunião, está a trabalhar nas diferentes hipóteses de vacinação associadas ao adulto;

  • Há que olhar para a evidência que existe sobre cada uma das vacinas para se poder elaborar um calendário bem estruturado;

  • Gratuidade (que depende da decisão política) e universalidade das vacinas no adulto é o desejo dos peritos, factores que ajudam na adesão do cidadão às mesmas (se uma vacina representar um custo elevado, mesmo que o cidadão reconheça o seu benefício, é comum que não adira);

Agenda do projeto + Longevidade. A próxima reunião ocorre no dia 8 de maio
  • Maior articulação entre o sector público e privado foi outro dos tópicos apontados para ajudar a resolver questões de logística e acessibilidade no que às vacinas diz respeito;

  • Sublinhou-se, durante a sessão, a importância de realizar estudos que espelhem qual é a tendência dos adultos portugueses em relação à vacinação. Será que os cidadãos se preocupam com as vacinas apenas em idade pediátrica? O que os leva a tomar a decisão de não se vacinarem? Existe fadiga vacinal provocada pelo período pandémico? Para conseguir consciencializar a população é preciso entender por que razão este comportamento continua a existir na sociedade;

  • A perceção de alguns especialistas é que a taxa de adesão à vacinação entre os adultos tem vindo a diminuir nos últimos anos. Combater os mitos associados a este método preventivo é outra das prioridades identificadas.

A terceira e última reunião será dia 8 de maio e pretende traçar o caminho que Portugal deve seguir na implementação de um calendário de vacinação para a população adulta, tendo em conta os seus desafios e oportunidades.

Os contributos recolhidos em todas as reuniões serão posteriormente processados e consolidados na preparação do relatório integral de projeto e posteriormente adaptados na produção de um artigo científico.

Acompanhe tudo no site da SIC Notícias.



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