Muitas rotas novas, muitos aviões novos, muitos trabalhadores... sobretudo tripulantes de cabine (mil e duzentos), num aeroporto a rebentar pelas costuras.
Foi a tempestade perfeita.
Mas se o Estado tinha metade do capital da companhia porque não fez nada? Porque na prática não mandava. E não mandava porquê? Há dois negócios feitos pelos governos do bloco central que o explicam... a recompra, do primeiro governo de António Costa, e a privatização, do executivo de Pedro Passos Coelho. Vamos explicá-los.
A TAP já passou por muitas crises, nenhuma como esta. Os contratados a prazo foram os primeiros a cair mal os aviões ficaram em terra, mas o plano de reestruturação - que ainda aguarda o ok de Bruxelas - está a atingir trabalhadores do quadro, com mais ou menos tempo de "casa"
Como ficará a TAP depois disto? Ninguém sabe.
Era possível deixar cair a TAP, apesar do impacto na economia? Ninguém sabe quanto custaria a insolvência. O governo não fez as contas, mas a dimensão das garantias que o Estado deu antes, na privatização e na recompra, sugerem que o custo podia ser ainda maior.
A Grande Reportagem "A última chamada" é da autoria da jornalista Ana de Freitas, com imagem de Rui do Ó e edição de Andrés Gutierrez.
Ficha técnica:
Jornalista: Ana de Freitas
Imagem: Rui do Ó
Drone: 4KFly
Edição de Imagem: Andrés Gutierrez
Grafismo: Tiago Vieira
Colorista: Rui Branquinho
Pós-Produção Áudio: João Cruz
Produção Editorial: Diana Matias