Um debate de ideias sobre temas nacionais e internacionais. Na SIC Notícias, à segunda-feira, com Mariana Mortágua e Adolfo Mesquita Nunes, e à quarta-feira, com Miguel Morgado e Pedro Delgado Alves.
Adolfo Mesquita Nunes começa por referir que “o que nós vemos em Mariupol são crimes de guerra” e considera que o Presidente russo, Vladimir Putin, errou na preparação e realização da invasão na Ucrânia.
“Putin calculou mal esta invasão, o seu avanço, o poderio militar, o estado do seu equipamento, a reação dos ucranianos e do Ocidente. A guerra não está a correr como pensou”, acrescenta.
Como prova do alegado fracasso da operação russa, o ex-centrista aponta vários fatores.
“Ausência de progresso russo nas linhas da frente, o fracasso de quase todos os ataques aéreos, a incapacidade de destruir a Força Aérea ucraniana, a paralisa de semanas das colunas de abastecimento, os enormes problemas de logística e manutenção visíveis em vídeos na Internet e as perdas de vidas: entre 7 mil e 14 mil, e há quem diga que os números são conservadores”, termina.
Já Mariana Mortágua acrescenta como outra prova do fracasso da decisão do Kremlin em invadir a Ucrânia “a própria perda de apoio de Putin dentro da Rússia”.
“Existe na opinião pública russa um crescente descontentamento e uma crescente crítica, muito reprimida, ao regime de Putin” e que considera “que pode aumentar”.
A bloquista sublinha que, do lado russo, quem está na linha da frente “são militares muito jovens, pouco preparados para a guerra, e que estão a morrer”.
Por fim, reitera que “um ultimato não é um acordo de paz, não há paz com ultimatos”.
“Quando um opressor põe um pé em cima de um oprimido, isso é a paz do opressor, a paz da guerra, da violência, da opressão, não e um acordo entra as partes”.