O Bloco de Esquerda (BE) segue os passos dados inicialmente pelo PCP e também vai avançar com um projeto de resolução contra o Programa de Estabilidade. A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considera que a ideia é rejeitar o documento que classifica de "ínutil" e “fora de prazo”.
“Esta falta de vontade de clarificar opções políticas só podem ser interpretadas à luz de um desejo de manter o país numa permamnente campanha eleitoral, num ambiente de promessa eleitoral que alimenta todos os equívocos, como aliás podemos ver no mais recente episódio em que o primeiro-ministro conseguiu convencer o país de que havia um choque fiscal de mais de mil milhões de euros quando na verdade (…) a medida era marginal, era de centenas de milhões e não de milhares de milhões", sustentou a bloquista.
Em conferência de imprensa na sede nacional do partido, Mariana Mortágua anunciou que o grupo parlamentar do BE vai apresentar um projeto de resolução na Assembleia da República com "duas recomendações".
“A primeira para que o Programa de Estabilidade seja rejeitado” porque "é inútil, caduco, está fora do prazo" e porque não faz sentido colocar o país e a Assembleia da República a discutir um documento que não tem validade atual porque foi feito por um Governo que não está em funções".
A segunda recomendação, prosseguiu, que é que no “prazo de 10 dias, o Governo possa apresentar à Assembleia da República um documento clarificador das suas opções em termos de prioridades dos salários, política fiscal e as propostas que tem para os vários impostos, mas também para a função pública e despesa pública à luz das promessas eleitorais que não têm concretização”.
Este projeto de resolução “visa rejeitar [o Programa de Estabilidade] e comprometer o Governo a apresentar um documento clarificador”, concluiu.
PCP deu tiro de partida
O Comité Central reuniu-se e decidiu apresentar um projeto de resolução para propor a rejeição do Programa de Estabilidade. O PCP acusa o Governo de querer beneficiar as grandes empresas.
Paulo Raimundo acrescenta que vai trazer ainda mais problemas ao país.