Nuno Melo rejeitou, esta quinta-feira, na Assembleia da República, ter alguma vez proposto que o serviço militar fosse usado como alternativa às instituições de reabilitação para jovens que cometam pequenos delitos.
Durante a sua análise na SIC notícias, Luís Delgado, comentador da SIC garante que o ministro continua sem conseguir explicar as suas declarações sobre o serviço militar obrigatório.
"É evidente que o que ele disse não devia ter dito, é evidente que ele percebe que esteve fora da linha normal política numa situação destas", garantiu o comentador acrescentando que "não era sequer questão que se deveria colocar".
Ainda assim, o comentador afirma que Nuno Melo elencou os problemas das Forças de Segurança que são não só a falta de pessoal como a incapacidade do pessoal existente conseguir manter as forças armadas e os seus equipamentos a funcionar.
Sobre esta quarta-feira o PS e o Chega terem votado juntos, lado a lado, o comentador não tem dúvidas que se trata de uma "coligação tática".
"O Chega fará tudo, mas tudo mesmo o que estiver ao seu alcance para votar com o Partido Socialista desde que as medidas estejam também vinculadas ao seu próprio programa e por isso não há nenhuma barreira ideológica dentro da Assembleia. Essa barreira desapareceu. Há uma coligação de interesses táticos que vão sempre no sentido de colocar o governo incapaz de governar", garantiu Luís Delgado.
Para o comentador, "neste momento o que o Governo tem que fazer, é mudar, tentar dialogar" porque "até agora não conseguiu".
"O Governo tem um problema de comunicação. Não está a comunicar bem, não está a fazer chegar a mensagem e isso é visível", afirmou o comentador.
"O Governo tem que comunicar de uma forma clara, direta, simples e não passar a vida a tentar desmanchar coisas que, pelos vistos, até estão a correr bem", acrescentou.
Luís Delgado acredita que se o Governo não conseguir dialogar isso terá impacto nas Eleições Europeias, uma vez que "as pessoas começam a ficar incomodadas com esta dificuldade".
Sobre o maior desafio para as Eleições Europeias, o comentador garante não ter dúvidas que será a questão do alargamento da União Europeia e a Guerra na Ucrânia.