Há um ano duas pessoas morreram e 14 ficaram feridas num incêndio num prédio na Mouraria, em Lisboa. O fogo começou no rés-do-chão do prédio, sobrelotado com imigrantes e os moradores do bairro dizem que, desde então, pouco mudou.
Há um ano o pânico tomava conta da Rua do Terreirinho no Bairro da Mouraria, em Lisboa, e foram os gritos dos moradores deste prédio de quatro pisos que deram o alerta aos vizinhos.
No rés-do-chão, onde o fogo deflagrou, moravam mais pessoas do que as que o espaço comportava, sendo que a maioria vivia em beliches.
O incêndio provocou dois mortos, um rapaz de 14 anos e um adulto, e fez ainda 14 feridos todos de nacionalidade estrangeira.
Dois dias depois do incêndio, a Câmara Municipal de Lisboa realizou uma vistoria ao edifício e suspendeu a licença de habitabilidade, impondo aos proprietários que fizessem obras e as devidas inspeções.
Ao todo, o incêndio deixou 22 pessoas desalojadas.
Passado um ano, quem passou por este incêndio não esquece o que sentiu naquele momento de aflição.
No Bairro da Mouraria comerciantes e moradores dizem que, mesmo depois da tragédia, os perigos de habitação mantêm-se.
“Estas pessoas não são elas que criam um problema de concentração de muitas pessoas dentro da mesma casa. Portanto, que nós não devemos olhar para elas como os culpados e resolvemos este problema se elas não estiverem lá, mas como vítimas de um contexto que tem, por um lado, a crise da habitação e, por outro, a degradação do sistema de acolhimento”, afirma a presidente da Associação Renovar A Mouraria, Filipa Bolotinha.
Segundo a autarquia de Lisboa, tem havido um aumento das queixas sobre a existência de alegadas situações de sobrelotação das casas.