Mundo

Opinião

"Os EUA estão muito preocupados com o apoio chinês à Rússia e a China com o apoio americano a Taiwan"

O comentador da SIC Germano Almeida refere que a China está preocupada com o apoio americano a Taiwan e, no global, à segurança no Indo pacífico.

Loading...

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China alertou o secretário de Estado dos EUA para os problemas crescentes nos laços entre os dois países, apesar de progressos alcançados desde novembro. Numa reunião em Pequim com Antony Blinken, Wang Yi observou que, embora a relação bilateral tenha começado a estabilizar, "os fatores negativos continuam a aumentar".

"Não é só Vladimir Putin que fica preocupado com o apoio americano à Ucrânia, a China também fica preocupada com o apoio americano, aprovado no mesmo dia, a Taiwan e, no global, à segurança no Indo pacífico".

Germano Almeida refere que "é bom ver os chefes da diplomacia das duas grandes potências rivais, Estados Unidos e China, a apertarem a mão e a falar, é sempre bom, mas não nos enganemos: apesar do interesse pontual de haver algum tipo de redução de tensões ao nível, por exemplo, das tensões comerciais (...), a verdade é que o essencial é que os Estados Unidos estão muito preocupados com o apoio chinês à guerra da Rússia e a China está muito preocupada com o apoio americano a Taiwan".

Putin quer fazer uma visita oficial à China em maio

Vladimir Putin revelou que tem intenção de visitar a China já no próximo mês, será a primeira visita de Vladimir Putin ao estrangeiro desde o início da guerra na Ucrânia.

"No início do quinto mandato - não é propriamente um sinal de uma grande democracia - Vladimir Putin vai fazer a sua primeira visita oficial ao estrangeiro à China (...) mostra que a grande parceria sem limites assinada dias antes do início da invasão russa da Ucrânia - o que mostra que, obviamente, o Presidente XI sabia das intenções de Putin - está a ser fundamental para a Rússia para contornar as sanções".

Tal como Blinken repetiu ontem, na China, "há há sinais muito claros que, embora a China oficialmente não dê armas à Rússia para a agressão, na prática está a permitir a continuação da agressão com os materiais de duplo uso e com os semicondutores e outro tipo de materiais que são fundamentais para o fabrico de armas russas e, portanto, para a indústria de guerra russa".

Ucrânia proíbe emissão de passaportes para homens dos 18 e 60 anos no estrangeiro

A Ucrânia, que procura recuperar cidadãos com idade para combater a invasão russa, vai deixar de emitir passaportes no estrangeiro para homens com idades entre os 18 e os 60 anos. O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo governo de Kiev.

"Mostra a realidade da Ucrânia. (...) por muito que tenha sido importante a aprovação da ajuda americana e depois também os pacotes inglês e dinamarquês logo a seguir, a ajuda não basta porque se a Ucrânia não tiver homens para combater, não é com material que vai resolver" o problema.

Estima-se, não há um número certo, entre 80 a 90 mil ucranianos entre os 18 e os 60 anos, ou seja, mobilizáveis, estão a viver em países da União Europeia, fora da UE é mais difícil de saber".

"E, como recordou o Ministro Kuleba, esses homens ucranianos não é pelo facto de estarem a viver fora da Ucrânia, que deixam de ter responsabilidades de defender o seu país".

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do