Cultura

Eurovisão em alta tensão por causa da guerra em Gaza

A participação de Israel na Eurovisão está a gerar forte contestação. As autoridades da Suécia, onde vai acontecer o festival, garantem estar a preparar-se para todos os cenários.

Loading...

As autoridades suecas estão sob uma enorme tensão nos preparativos para receber o festival da Eurovisão, com diferentes exigências, e algumas radicais, que preocupam as autoridades. Desde logo, protestos pró-Palestina e manifestações contra a participação de Israel no concurso.

A crise pessoal de uma mulher é cantada por Eden Golan, na música que vai representar Israel na Eurovisão, e que substitui a canção anterior, rejeitada por ter uma natureza política.

A entidade organizadora do evento não gostou das alegadas referências às vítimas dos ataques do Hamas, em outubro de 2023.

Esperados protestos

Nem a mudança de música parece convencer aqueles que são contra a participação de Israel no evento. Militantes pró-Palestina contam fazer grandes manifestações em Malmö, a terceira maior cidade sueca, que acolhe a Eurovisão em maio.

“O sentimento em relação à participação de Israel no concurso da Eurovisão é um sentimento muito difícil, em vários sentidos, incluindo um sentimento de raiva, de tristeza, um sentimento de injustiça e de falta de humanidade nas sociedades europeias e nas sociedades em todo o mundo”, afirma Orwa Kadoura, manifestante pró-Palestina

“Sinto que o assassino e o homicida são aceites, que podem representar um festival de música que deve exprimir música e alegria, mas que, neste caso, com a participação de Israel, exprimirá a aceitação do assassino, e a melhoria da sua imagem, bem como a confirmação dos atos que estão a cometer”, defende este manifestante.

Alerta terrorista elevado

Na cidade, no extremo sul da Suécia, onde a comunidade muçulmana é significativa, pode haver também uma ação anti islão.

“Há um elevado nível de ameaça combinado com um grande número de pessoas”, admite Per-Erik Ebbestahl, diretor de segurança de Malmö.

As autoridades estão a analisar um pedido para queimar, em protesto, o livro sagrado islâmico, o Corão.

Normalmente, é aceite no país que manifestantes queimem o Corão ou qualquer outro livro sagrado, por uma questão de liberdade de expressão. Mas iniciativas recentes levaram grupos fundamentalistas a ameaçar o país, que está agora no nível 4 de alerta terrorista - numa escala onde o nível máximo é 5.

“Vivemos esta situação no ano passado e nos últimos dois anos, e estamos preparados para tudo o que possa acontecer”, garante Petra Stenkula, chefe da polícia de Malmö.

As autoridades prometem um dispositivo de segurança rigoroso, para garantir que as 100 mil pessoas esperadas no festival da Eurovisão se possam divertir em Malmo.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do