Os incêndios florestais de dimensão sem precedentes na região de Valparaíso, no Chile, já provocaram pelo menos 99 mortos, segundo dados do Serviço de Medicina Legal. O número de mortos indicado anteriormente pelo Presidente chileno, Gabriel Boric, era de 64.
Os incêndios florestais que começaram há vários dias no Chile estão a ameaçar cidades costeiras populares entre os turistas, de acordo com a agência Reuters. A expansão urbana dessas cidades é responsável por mais de um milhão de residentes a oeste da capital Santiago.
O Presidente chileno Gabriel Boric, ao anunciar dois dias de luto nacional a partir de segunda-feira, disse que o Chile deve estar preparado para mais más notícias.
“A prioridade é salvar vidas”
Centenas de pessoas estão desaparecidas, de acordo com as autoridades, e mais de 1.000 casas foram apanhadas pelas chamas. "Estamos juntos, todos nós, lutando contra a emergência. A prioridade é salvar vidas", disse Gabriel Boric.
Os incêndios destruíram também muitas linhas de comunicações, milhares de telemóveis e telefones fixos deixaram de funcionar.
"Temos ainda uma grande parte do território que não é acessível, consequentemente não temos um levantamento completo das vítimas nem das casas e infraestruturas danificadas", avisou Carolina Tohá, ministra do Interior.
Prior período da história recente do Chile
A ministra do Interior do Chile disse ainda em conferência de imprensa que depois do sismo de 2010, os incêndios florestais em Valparaíso são a situação de emergência que mais vítimas gerou no Chile nos últimos tempos.
O alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, ofereceu ajuda ao Chile.
"O Chile enfrenta mais uma vez incêndios devastadores com inúmeras mortes. Transmito o meu apoio e solidariedade ao Governo e ao povo chileno, a UE está pronta para colaborar e fornecer ajuda nestes tempos difíceis", afirmou Borrell numa mensagem publicada na rede social X.
A onda de calor, resultante do fenómeno climático El Niño, atinge atualmente o sul da América Latina, em pleno verão, provocando incêndios florestais, agravados pelo aquecimento global. A onda de calor ameaça Argentina, Paraguai e Brasil nos próximos dias.
Texto alterado às 21:35 com nova atualização de mortos