Numa entrevista à RTP, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social fez acusações graves à provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, e à restante mesa.
Na opinião de Gonçalo Ribeiro Telles, comentador SIC, não fez sentido Maria do Rosário Ramalho, atual ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ter dado a entrevista antes das audições que estão a acontecer esta manhã no Parlamento.
"Não faz sentido. Os termos apresentados mais uma vez pela administração são duros. Já no comunicado o eram. Tudo é estranho", começou por dizer o comentador.
Para o comentador, "este Governo está tipo kamikaze, em um certo sentido, em relação a algumas pessoas com cargos públicos".
Sobre a exoneração também do diretor nacional da PSP, Gonçalo Ribeiro Telles não tem dúvidas que pode ser perigosa para o Governo "sobretudo num momento que é de negociação crucial".
"Não augura nada de bom, sobretudo com a manifestação que tivemos ontem e também com a resposta dos sindicatos da polícia e o que eles dizem em relação a esta substituição", explicou o comentador.
Segundo Gonçalo Ribeiro Telles é normal que todos os Governos gostem de ter em determinados cargos pessoas da sua confiança, no entanto considera que não é normal a rapidez com que o novo Governo está a exonerar pessoas.
Na opinião do comentador, "trata-se de uma estratégia eleitoralista" do novo Governo, que ficou bem vincada desde "o discurso de tomada de posse do Primeiro-Ministro, Luís Montenegro".
Durante a sua análise Gonçalo Ribeiro Telles, alertou ainda que é necessária alguma calma por parte do Governo.
"Quem tem a maioria tão pequena como este Governo tem na Assembleia da República se quer governar tem que entrar com calma e negociar", disse o comentador.
"Esta coisa de ação e de limpeza não nos leva a lado nenhum, a não ser para quem queira eleições a curto prazo", acrescentou o comentador afirmando que o que se está a passar, ao contrário daquilo que tem sido dito, não tem nada a ver com falhas de comunicação tem sim a ver com "falhanço a nível executivo".
Analisando o que tem sido dito por André Ventura e Marcelo Rebelo de Sousa, o comentador diz que o discurso de André Ventura "não tem viabilidade nenhuma" e que trata-se apenas de "Ventura a procurar capitalizar eleitoralmente".
Sobre Marcelo Rebelo de Sousa, e a questão das ex-colónias, o comentador diz que "Marcelo teve mal em falar nisto e nestes termos", mas "emendou a mão logo no dia a seguir".
Gonçalo Ribeiro Telles não considera que o debate sobre as ex-colónias trazido por Marcelo seja mau, no entanto considera que não foi trazido da melhor forma.