A Justiça arrancou o debate. Os programas de ambos os partidos defendem uma reforma nessa área e o Livre está disponível para um consenso mais alargado com o PSD, garantiu Rui Tavares ao iniciar o frente-a-frente.
Montenegro também apontou que a “Justiça em Portugal tem problemas”, e, por isso, a AD “tem disponibilidade de consenso com outros partidos”, acreditando que o debate deve ser alargado aos “magistrados, advogados, funcionários judiciais e forças de segurança".
Quanto ao facto de existirem militantes do PSD ligados a processos judiciais, Montenegro garantiu que não influencia a capacidade da AD em promover um debate alargado na Justiça e que não se sente “de maneira nenhuma manietado".
Pensões, o que defendem?
Sobre a proposta de fazer equivaler as pensões ao salário mínimo, o líder da Aliança Democrática diz que neste momento não é possível. Até porque “em Portugal não é fácil criar condições financeiras para alocar um aumento tão significativo da despesa”. No entanto, disse ser possível e “socialmente justo”.
Para isso, “é ir às pensões mínimas, dando-lhes um complemento remuneratório até atingir o valor do salário mínimo a quem não tiver mais nenhum rendimento”.
Já Rui Tavares defendeu que é preciso planear uma equiparação das pensões ao salário mínimo nacional, adiantando a necessidade de reforçar o Complemento Solidário para Idosos (CSI), da mesma forma que o Livre defendeu o reforço do abono de família.
Como manter os jovens em Portugal?
Já os apoios aos mais jovens dividiram os dois dirigentes, com Rui Tavares a defender que deve ser estudada a criação de um instrumento intitulado "herança social", que permitiria a um jovem entre os 18 e 35 anos aceder a uma quantia que pode ter origem na taxação de "grandes heranças" ou através da rentabilização de certificados de aforro.
O líder social-democrata discordou desta proposta e contrapôs que, para a faixa etária mais jovem, a AD avança com medidas como um IRS máximo de 15% até aos 35 anos, a isenção de IMT e Imposto de Selo na compra da primeira habitação, e ainda que o Estado ofereça uma garantia pública "na parte sobrante do empréstimo bancário para a aquisição de casa", ou seja, a parte que não é disponibilizada pelo banco.
Em relação à semana de quatro dias de trabalho, o Livre é um defensor desta medida e diz mesmo que “tem tido resultados fantásticos”, sublinhando que a produtividade é o principal problema da economia no país. Luís Montenegro disse que "vale a pena explorar" esse ponto, mas "de uma forma facultativa e conciliável com a natureza da empresa na qual está a ser explorada".