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Ucrânia já produz mais armamento do que usa e quer vendê-lo para fora

O Estado ucraniano só compra um terço do armamento que a indústria da Ucrânia é capaz de produzir. Os empresários do setor querem passar a exportar o material militar.

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Numa altura em que a Rússia aumenta o fabrico de tanques, também a Ucrânia reforça a aposta em equipamento militar. Por causa das dificuldades financeiras sentidas, Kiev pede a ajuda de investidores estrangeiros para financiar a indústria de armas.

A invasão russa foi o rastilho para o crescimento da indústria de armamento da Ucrânia. Só no último ano, as empresas de defesa construíram três vezes mais veículos blindados do que fabricavam antes da guerra e quadruplicaram a produção de mísseis antitanque.

Mesmo sob fortes ataques e cortes de energia, surgiram no país centenas de empresas de fabrico de armas e equipamento militar, que pedem mais investimento e menos burocracia.

Face às dificuldades de financiamento, alguns empresários querem que seja permitida a exportação de armamento.

“A primeira ameaça que os fabricantes enfrentam quando começam a trabalhar é a burocracia da esfera militar e das compras. É isto que as empresas não esperam quando começam este tipo de trabalho”, afirma Vladyslav Belbas, CEO da Ukrainska Bronetekhnika, fabricante ucraniana de armamento.

Kiev não compra mais… mas também não quer exportar

O Governo ucraniano alega que as exportações, durante a guerra, poderiam minar os apelos de Kiev por ajuda militar.

Perante a falta de dinheiro, a Ucrânia está a pedir a parceiros estrangeiros que financiem a indústria. O investimento governamental em armas fabricadas no país é inferior à capacidade produtiva.

“Atualmente, a capacidade geral do complexo militar-industrial da Ucrânia é de 18 a 20 mil milhões de dólares por ano. Nós, Governo ucraniano, financiamos apenas um terço das capacidades”, constata Oleksandr Kamyshin, ministro ucraniano das Indústrias Estratégicas.

Rússia aumenta produção

Também a máquina de guerra da Rússia está a trabalhar a todo o vapor. Uma fábrica russa contratou mais 1200 trabalhadores desde o ano passado e está a funcionar 24 horas por dia, em dois turnos, para aumentar a capacidade produtiva

O ministro russo da Defesa mostra-se satisfeito com o ritmo de construção de novos tanques, e aponta a necessidade de incrementar a produção de kits de proteção dos veículos.

Em fevereiro, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos revelou que a Rússia já perdeu mais de 3.000 tanques na Ucrânia, desde o início da guerra.

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